A série de reportagens Viagem cancelada: O preconceito que limita o ir e vir da comunidade, publicada pelo Correio Braziliense em julho de 2023, é finalista do Prêmio CNT de Jornalismo, uma das principais premiações do país. Escrita pelos jornalistas Aline Brito, Pedro Grigori e Talita de Souza, as reportagens mostram os preconceitos que membros da comunidade LGBTQIAPN+ enfrentam em transportes públicos e em carros por aplicativo.
O Correio disputa a categoria que premia a melhor reportagem publicada em um veículo de comunicação impresso. Os trabalhos foram validados pela comissão organizadora da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e avaliados por um grupo fixo de pré-selecionadores, formado por cinco jornalistas com atuação acadêmica, que escolheram as cinco melhores reportagens na categoria.
Publicada entre os dias 23 e 25 de julho, as matérias apresentaram um levantamento inédito feito a partir de dados do Ministério dos Direitos Humanos sobre casos de violação dos direitos humanos com membros da comunidade LGBTQIAPN+ em transportes públicos, como ônibus e metrôs, e em veículos por aplicativo.
Os repórteres entrevistaram membros da comunidade LGBTQIAPN+, políticos e especialistas em direitos humanos e transporte público para mostrar como o preconceito cessa o direito básico de ir e vir de toda uma comunidade. Depois, foram para as ruas do Distrito Federal e percorreram quilômetros de ônibus e metrô ao lado de uma drag queen. A viagem foi gravada pelo repórter multimídia Benjamin Figueredo. Confira:
A repórter Aline Brito, que acompanhou a drag queen Bessha Loka pelo DF, destaca que as reportagens jogam luz sobre uma dor sentida diariamente. “Merece destaque, para que haja uma conscientização sobre a necessidade de respeitar essas pessoas e garantir o direito de ir e vir, com segurança e dignidade. O prêmio é uma forma de colocar a problemática e as histórias dos personagens em evidência e, claro, é um importante reconhecimento ao trabalho que fizemos”, conta.
A jornalista Talita de Souza destaca a importância do reconhecimento de uma reportagem que aborda o preconceito de gênero e sexualidade. “Ser finalista de um prêmio sobre transporte com uma temática de gênero é alegria dobrada, já que conseguimos ir além das questões técnicas e econômicas e trouxemos para o centro do debate problemas tão cruciais para uma parte da população que já sofre em outras áreas. Quando nos deparamos com os dados, ficamos consternados em ver que ainda em 2023 há pessoas que não têm o direito básico de ir e vir. Esperamos que esse conteúdo alcance pessoas, mobilize e conscientize”, afirma.
O jornalista Pedro Grigori destaca a importância de dar voz para pessoas transexuais contarem suas vivências. “Com as reportagens, colocamos uma pessoa transexual na capa do maior jornal do Distrito Federal. Demos espaço para mulheres trans contarem ao mundo que enfrentam dificuldades para pegar um simples ônibus ou metrô com segurança. E a expectativa é de que com a repercussão esses problemas passem a ser resolvidos”, diz.
Os finalistas, agora, serão avaliados pelo corpo de jurados do prêmio, que, neste ano, é composto por: Alex Capella, Jornalista do Senado Federal; Luiz Megale, jornalista e apresentador da Band; Marina Amaral, diretora da Agência Pública; Milton Jung, âncora da CBN; e Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes. Os vencedores serão conhecidos no início de novembro.
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br