Bomba

CPI da CLDF confirma depoimento de blogueiro da bomba nesta quinta (5/10)

Wellington Macedo será ouvido às 10h na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa que investiga os atos de 12 de dezembro e 8 de janeiro

Wellington entrou no calendário de outubro logo após ter sido preso -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Wellington entrou no calendário de outubro logo após ter sido preso - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 04/10/2023 20:48

O blogueiro Wellington Macedo, preso pela polícia paraguaia e Interpol, no mês passado, será ouvido nesta quinta-feira (5/10), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF).

Wellington entrou no calendário de outubro, logo após ter sido preso. O requerimento de convocação do blogueiro havia sido aprovado no início dos trabalhos da CPI, mas não tinha data marcada justamente pelo bolsonarista ser considerado foragido da Justiça brasileira. Pelo X (antigo Twitter), o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), confirmou a oitiva.

“Está confirmada a presença do blogueiro Wellington Macedo de Souza, capturado no Paraguai e preso pela acusação da tentativa de explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto de Brasília. O depoimento ocorrerá amanhã (5), às 10 horas, na CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF”, escreveu o petista. A defesa do blogueiro não ingressou com habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF).

Wellington estava foragido desde dezembro do ano passado. De acordo com a Polícia Civil (PCDF), ele e Alan Diego dos Santos Rodrigues deixaram um artefato explosivo em um caminhão-tanque. Wellington frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército antes de tentar explodir o aeroporto, e estava hospedado em um hotel no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Dois dias após o plano dar errado, ele rompeu a tornozeleira eletrônica.

Antes de ser preso, a última informação era de que Wellington estava no Paraguai e tentou se credenciar para posse do presidente paraguaio Santiago Peña, em Assunção, em agosto. O pedido foi negado pelo governo paraguaio, após o governo brasileiro ter avisado sobre a possível presença de Wellington.

O blogueiro era procurado pela PCDF, no caso da bomba, e pela PF, sobre os atos de tentativa de invasão da sede da corporação, em 12 de dezembro do ano passado. Ele está detido em uma cela do Complexo Penitenciário da Papuda.

Condenação

Wellington foi condenado no mês passado a seis anos de prisão por envolvimento na tentativa de explosão do aeroporto. Ele transportou em seu carro até o aeroporto o comparsa Alan, que instalou a bomba no caminhão-tanque próximo ao local, na véspera do Natal do ano passado. A trama ainda contou com a participação de George Washington de Sousa, apontado como mentor.

Antes de levar uma vida criminosa, o blogueiro trabalhou no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

Entre os meses de fevereiro e outubro de 2019, período em que trabalhou no ministério, Wellington era responsável por despachar medidas que iam da destinação de verbas para custear viagens de serviço à contratação de uma empresa para transportar "bagagens para todas as regiões dentro do Brasil e transporte de veículo do tipo automóvel e motocicleta dentro do território nacional", como constava no site do ministério.

O ex-assessor acumulou, ao longo dos oito meses no Ministério da Mulher, cerca de R$ 82 mil em salários. Graças ao Portal da Transparência, o Correio constatou que Wellington também requereu e recebeu cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600, em 2020.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação