A 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) ampliou a condenação de George Washington de Oliveira Sousa, acusado de tentar explodir o Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro do ano passado.
George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego foram condenados pela 8ª Vara Criminal de Brasília na primeira instância. Após a sentença, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e as defesas dos dois réus questionaram a condenação. Na decisão proferida na última semana, o desembargador Jansen Fialho de Almeida acolheu o pedido do MP, e aumentou a pena de George de nove anos e quatro meses para nove anos e oito meses de prisão, com base nos artigos 14 e 16 da lei n° 10826/03.
Já sobre Alan, o desembargador entendeu que a pena das condenações dadas a ele são fixadas em consonância com os parâmetros adotados pela legislação. Com isso, a pena que antes era de cinco anos e quatro meses, foi diminuída para cinco anos. Na decisão, o magistrado rejeitou um pedido de liberdade das defesas e determinou que ambos cumprirão pena em regime fechado.
A decisão foi acompanhada pelo desembargador revisor Waldir Leôncio Cordeiro Lopes Júnior.
O caso
Os dois são condenados pelo envolvimento no caso da bomba. George Washignton de Oliveira e Alan Diego dos Santos Rodrigues estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda desde janeiro, após as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
O Correio teve acesso à sentença assinada pelo juiz Osvaldo Tovani e proferida na quinta-feira (11/5). Com base na decisão, não há dúvidas quanto ao envolvimento de George e Alan no crime. Em depoimento, George confessou que recebeu o artefato explosivo em 23 de dezembro do ano passado e fez a montagem no mesmo dia. Depois, entregou a bomba a Alan. Ainda com base na sentença, George e Alan se conheceram em frente ao QG do Exército, local onde Alan recebeu o artefato em uma caixa de papelão. “O vínculo entre ambos é inegável, afinal, no interior da caminhonete de George foi encontrada impressão digital de Alan”, frisou o magistrado.
Alan também confessou o crime à polícia e confirmou ter recebido o artefato. Ele foi o responsável por colocar o explosivo no para-lama do caminhão-tanque, próximo ao Aeroporto de Brasília. As imagens colhidas pelos investigadores da PCDF mostraram a ação do extremista.
Depois de deixar a bomba no local, Alan acionou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, informando, numa das ligações, que tinha visto um artefato numa carreta de combustível em frente ao aeroporto. No segundo telefonema, disse ter visto uma moça correndo apavorada depois de ver uma bomba no automóvel.
Sentença
George foi preso pelos investigadores da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) em 25 de dezembro. O caso passou a ser investigado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco/Decor), que chegou ao encalço de Alan.
Inicialmente, George foi condenado a 9 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado, além de 280 dias-multa. Alan recebeu uma pena de 5 anos e 4 meses e 160 dias-multa. "Os acusados se defenderam presos. Não há fato novo que justifique a revogação do decreto prisional. As circunstâncias dos fatos indicam periculosidade concreta, presente, ainda, a necessidade de preservar a ordem pública, mantenho a prisão preventiva de ambos os acusados", enfatizou o juiz, na época.
Com eles, participou da trama do atentado o blogueiro Wellington Macedo, preso em uma operação da polícia paraguaia e a Interpol. Ele foi localizado pelos agentes nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do Paraguai. De acordo com informações obtidas pela reportagem, ele se rendeu facilmente à polícia.
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