Uma pesquisa divulgada pelo Observatório de Políticas Públicas no DF (ObservaDF), vinculado ao Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), mostrou quais os problemas ambientais mais comuns no Distrito Federal. Após ouvir cerca de 1 mil pessoas espalhadas por 31 regiões administrativas no último mês de agosto, problemas como poeira, animais abandonados, lixo e entulho foram apontados como os mais recorrentes.
Divulgado no começo de outubro, o relatório Hábitos sustentáveis e desigualdades ambientais no Distrito Federal visa compreender as percepções da população sobre preservação do meio ambiente e o espaço público, com detalhamento territorial em grupos de regiões administrativas (RA).
Cerca de 83% dos brasilienses ouvidos apontaram que as ruas próximas de suas residências ficam empoeiradas no período de seca, problema ambiental mais comum analisado pela pesquisa. A situação, que é habitual para uma grande parcela da população, pode ter consequências graves. No último mês de agosto, uma mulher de 68 anos morreu após inalar poeira em uma área de estrada de terra no setor Maranata, em Brazlândia. Ogeni Pereira Côrtes fez filmagens sobre os problemas na região para denúncia, e, em seguida, passou mal e veio a óbito.
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Já no período chuvoso, 50,1% dos entrevistados relatam episódios de alagamento próximo as suas moradias. Na última semana de setembro deste ano, um casal morador de Taguatinga Sul assistiu a casa alagar após um temporal que atingiu a cidade. A advogada Ana Caroline Torquato, 31 anos, conta que a água começou a entrar na residência por volta das 22h e tomou todas as partes da casa. Horas depois já havia água na altura do peito dos moradores.
Os dados também apontam uma desigualdade significativa em relação à qualidade ambiental nas áreas de habitação onde a população apresenta uma renda menor. Por exemplo, quanto mais baixa a renda, menor a arborização, mais ruídos e barulho, o que pode afetar o bem-estar e a saúde da população.
“Jovens tendem a ser mais críticos dos locais de moradia no que diz respeito a presença de poluentes e sujeira do que pessoas com mais idade. Para as pessoas em cidades de renda mais baixa, há mais exposição a esgoto e água suja na rua e lixo nas ruas do que em cidades de renda mais alta, além de uma menor arborização”, explica Lucio Rennó, professor e pesquisador que liderou o estudo.
Outro assunto destacado é o pessimismo em relação a uma mudança de realidade. Para 70% dos entrevistados de cidades de renda média-baixa, morar em uma região com problemas ambientais será a realidade no futuro, com baixas expectativas de diminuição dos problemas no futuro.
Com isso, vale ressaltar a importância da conscientização ambiental e os meios para ultrapassar os desafios e problemas sofridos pela população do Distrito Federal.
*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori
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