Na manhã desta quarta-feira (4/10), foi sepultado o corpo do cobrador Ariel Santos Marques, 26 anos, assassinado com um tiro na cabeça durante um assalto dentro do ônibus em que trabalhava, no Riacho Fundo II. O latrocínio, registrado por uma câmera de segurança, ocorreu na noite da última segunda-feira (2/10), na DF-001.
No Cemitério Parque Memorial, Novo Gama, reuniram-se cerca de 130 pessoas, entre familiares, amigos e colegas de trabalho. O clima era de comoção e revolta pela injustiça. Nos últimos momentos da despedida, os presentes cantaram uma música, soltaram balões brancos e dedicaram uma salva de palmas a Ariel.
Sobre a trajetória do jovem, Rita Pereira, 56 anos, não poupou elogios. A amiga da família morava em frente à casa do cobrador e o conhecia desde criança. "Eu me lembro dele ainda na barriga da mãe. Ele e os irmãos foram criados com meus filhos. Nunca deu trabalho, sempre foi muito honesto, amigo e responsável", disse.
Segundo Rita, a última vez que se viram foi há cerca de duas semanas. Ariel estava animado, pois em breve entraria de férias. O contato entre os dois, porém, não era mais tão frequente, devido às longas horas do dia que o rapaz dedicava ao trabalho. Revoltada com a injustiça, a doméstica desabafou: "Como alguém pode acabar com o sonho de uma pessoa dessa forma tão brutal?".
Prisão
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) prendeu, na madrugada desta quarta-feira (4/10), Aílson Cauã de Oliveira Lima, 20 anos, acusado de ser o responsável pelo tiro que matou o cobrador. É ele quem aparece nas imagens das câmeras de segurança, coletadas pela polícia, com a arma de fogo em mãos, anunciando o assalto e atirando contra o ouvido de Ariel.
De acordo com a PMDF, o autor estava escondido na casa da irmã, no Conjunto 12 do Recanto das Emas. Ele foi preso por volta das 2h pelo Grupo Tático Operacional do 8º Batalhão (Gtop 28) e conduzido à 27ª Delegacia de Polícia.
Nessa terça-feira (3/10), um terceiro envolvido no latrocínio, um adolescente de 17 anos, foi apreendido pela Polícia Militar de Goiás (PMGO) na Cidade Ocidental. A polícia segue em busca do terceiro suspeito, de 19 anos, identificado como Kauã.
O crime
O motorista do coletivo assaltado contou, em depoimento à Polícia Civil, que, devido ao cansaço, o cobrador estava com um fone de ouvido no momento do crime. Ao menos 10 passageiros estavam no ônibus e acompanharam a barbárie. Uma mulher teve o celular levado pelos assaltantes e também foi ouvida pelos investigadores. Depois do latrocínio, os envolvidos ordenaram ao motorista que parasse o ônibus e abrisse a porta.
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