A operação Tiphon, desencadeada na manhã desta quarta-feira (27/9) pela 5ª Delegacia de Polícia (área central), prendeu 17 pessoas investigadas por integrarem uma organização criminosa voltada ao tráfico de armas e drogas na capital federal. Dessas, 11 foram em razão de mandado de prisão e 6 em flagrante. O esquema contava com pelos menos três “cabeças” encarregadas de articular o contato com os fornecedores. O Correio apurou que os nomes são: Macksuel Cavalcante Camelo Campos, Daniel Alves Pereira e Gabriel Breno Montalvão Ferreira. Todos foram detidos.
Macksuel, Daniel e Gabriel eram considerados os mais “fortes” da organização criminosa, uma vez que eram eles os responsáveis por fazer os contatos fora, segundo informaram fontes policiais ligadas à investigação ao Correio. O grupo era especializado na venda em atacado de armas e drogas para grandes traficantes do Plano Piloto e das regiões da Estrutural, Taguatinga, Riacho Fundo, Riacho Fundo II e Ceilândia. Usuários comuns, por exemplo, não conseguiam comprar nas mãos da quadrilha. A PCDF descobriu que o bando adquiria os entorpecentes no Distrito Federal e em outros estados, como em Goiás e no Mato Grosso, o que comprovou o caráter interestadual.
Além dos três “cabeças”, a reportagem buscou outros nomes dos presos na operação Tiphon. São eles: Wanessa Montalvão (irmã de Gabriel), Kennedy José de Souza Herculano, Francisco Fábio Sousa de Melo, Matheus Gonçalves Caixeta Batista, Gleysson Cardoso dos Santos, Maria do Socorro de Alcantara dos Santos, Marcos Paulo Ribeiro, Clever Dias Cardoso, Gabriel de Alcantara Brito (filho de Maria do Socorro), Letícia de Souza Anízio, Guilherme de Lima Mendes e Denys Bonifácio Amaral. No sistema do Tribunal de Justiça do DF, todos os presos são representados pela Defensoria Pública.
Macksuel e Gabriel acumulam antecedentes criminais. Em 2017, Gabriel cometeu um roubo na QNL 05 de Taguatinga Norte. Junto a um comparsa, ele simulou estar armado e abordou uma mulher no estacionamento. Ele roubou o carro, a bolsa, o telefone e R$ 680 da vítima. À época, a Justiça do DF condenou Gabriel a 9 anos de reclusão em regime semiaberto.
Tráfico
Ao longo de um ano e um mês, a polícia identificou e mapeou a atuação do grupo. As investigações começaram no final de agosto do ano passado, quando dois homens foram presos por tráfico de drogas após terem sido flagrados transportando uma grande pedra de crack em um armazenamento secreto no carro em que estavam.
A análise do material apreendido com os autores possibilitou a polícia chegar em uma organização criminosa armada, da qual os dois faziam parte. No decorrer das diligências, os investigadores da 5ª DP identificaram outros integrantes do grupo, entre fornecedores e consumidores, que atuavam também no comércio ilícito de armas de fogo.
Mais de 200 policiais civis cumpriram 15 mandados de prisão temporária e 33 de busca e apreensão no DF e em Águas Lindas de Goiás, no Entorno. Foram apreendidas drogas, munições, R$ 31 mil e cinco veículos.