Como parte da programação do Dia Mundial Sem Carro, celebrado nesta sexta-feira (22/9), um grupo de 40 pessoas realizou, nesta manhã, um passeio em bicicletas e monociclos entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Câmara Legislativa. Por volta das 9h20, os participantes saíram do ponto inicial escoltados pela Polícia Militar e percorreram ciclovias do Eixo Monumental para incentivar o uso de modais não motorizados.
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Representantes de órgãos públicos distritais e federais foram convidados a participar da iniciativa, além de serem estimulados a abrir mão do carro nesta sexta-feira.
Para o deputado distrital Max Maciel (PSoL), que é presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU), o Distrito Federal tem potencial para ter a maior malha cicloviária do país, mas, antes, precisa ter interligação entre as regiões administrativas.
“Isso precisa ter estímulo a isso, porque muitas pessoas moram próximas ao local de trabalho ou têm condição de acessar um outro modal, como o metrô, que possa ir de bicicleta”, opina.
O parlamentar afirma que é preciso chegar a um determinado modal que tenha acesso interligado aos demais. Ele cita que há projetos de lei que debatem o engate dianteiro para até cinco bicicletas em um ônibus.
“Precisamos implementar isso, de fato. Mas, sobretudo, precisamos estimular que a bicicleta possa ser um meio de transporte para as nossas cidades (com locomoção) de até 15 minutos, à escola ou à faculdade. Quantos de nós não vai de carro à padaria para comprar um pão invés de usar a bicicleta”, questiona o parlamentar.
Cidade "de 15 minutos"
Morador da Asa Sul, o coordenador da Associação Andar a Pé — O Movimento da Gente, Wilde Cardoso Gontijo Junior, 61, destaca que os pontos fora do Plano Piloto também precisam de maior atenção do GDF para garantir a locomoção das pessoas em pouco tempo, como citou o deputado Max Maciel.
“Defendemos uma cidade em que possamos fazer todas as coisas essenciais em um raio de 15 minutos de caminhada. É uma proposta de redefinir a cidade para que a sua moradia seja próxima do comércio, da escola, do clube, da igreja, do cinema e isso faria com que a cidade fosse mais comunitária e evitaríamos a necessidade do carro para essas necessidades rotineiras”, explica.
Wilde chama a atenção que essa proposta não seria uma novidade para Brasília, que foi projetada por Lúcio Costa com o objetivo das quadras residenciais terem as atividades complementares próximas. “Aí vem o conceito de unidade de vizinhança, de quatro superquadras onde a gente tenha todos esses equipamentos à disposição”, complementa.
Participação da sociedade
Na opinião de Dênio Augusto de Oliveira Moura, promotor da Rede de Promoção da Mobilidade Sustentável e do Transporte Coletivo (Rede Urbanidade), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a participação da sociedade é o foco do tema para que a população se sinta encorajada a usar outros meios de transporte além do carro, moto ou caminhonete.
“O modelo baseado no carro como protagonista não tem mais espaço porque está destruindo o nosso espaço e poluindo o nosso céu. A sociedade tem que ser ouvida e tem que ter a oportunidade de ser ouvida”, avalia o promotor.
Segundo Dênio, a interligação entre as regiões administrativas é falha porque há pouca atenção por parte do governo com a mobilidade urbana entre as cidades. “Temos muitos quilômetros de ciclovia, mas falta a interligação e preparação desses caminhos para quem vai trabalhar ou para a escola. Tem ciclovia que leva nada a lugar nenhum e muitas estão se deteriorando por causa de máquinas pesadas que transitam nas calçadas e ciclovias”, afirma.
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