Atos antidemocráticos

'Bolsonaro solicitou', diz hacker sobre mandado de prisão contra Moraes

Hacker presta depoimento à CPI do DF, que apura atos antidemocráticos. Delgatti disse que Bolsonaro solicitou o mandado de prisão contra Alexandre de Moraes

O hacker Walter Delgatti, conhecido por ter dado origem à chamada “Vaza-Jato”, afirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia e solicitou que ele colocasse um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Delgatti está preso em um presídio de Araraquara, no interior de São Paulo, e presta o depoimento por videoconferência. Ao ser questionado sobre o plano de desmoralizar a justiça, colocando o mandado de prisão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra Moraes, o hacker disse que Bolsonaro sempre esteve de acordo. “Tanto sabia, que ele (Bolsonaro) solicitou esse feito”, diz Delgatti, sobre Bolsonaro.

Antes de iniciar a sessão, Delgatti pediu para que os agentes do presídio tirassem a algema dele, já que ele está preso e não teria a possibilidade de fugir. Sobre a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o hacker disse que foi contratado por ela para fazer o serviço. “Ao todo, recebi R$ 40 mil reais. O combinado era um emprego, e não os valores. Ela enviou os valores como uma ajuda de custos”, disse. “Até hoje eu não recebi o emprego, apenas a prisão”, concluiu.

Logo após, Delgatti disse que a ideia de fazer o despacho determinando a prisão de Moraes foi porqueZambelli e Bolsonaro queriam mostrar fragilidades do sistema. “A ideia foi minha. A Carla e o Bolsonaro queriam um jeito de mostrar que era vulnerável. Eu tive a ideia de fazer o despacho, emitindo a prisão do Moraes, dele prendendo ele mesmo”, explicou. Delgatti disse que tem como provar.

Ele foi preso em 2 de agosto, nos desdobramentos da investigação que apura a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão falso contra Moraes.

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