O hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à chamada Vaza-Jato, seria ouvido nesta quinta-feira (14/9), na CPI dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). No entanto, problemas na logística para trazer o hacker de São Paulo à Brasília fizeram com que a oitiva fosse cancelada. Ele foi preso em uma operação da Polícia Federal em 2 de agosto.
Aos distritais, Delgatti demonstrou o desejo de falar. No entanto, por estar preso em um presídio de Araraquara, no interior de São Paulo, o hacker pediu passagem e hospedagem e afins para ele e os advogados. O pedido foi atendido, mas não viabilizado a tempo para que a viagem ocorresse. Com isso, o depoimento foi cancelado, e uma nova data deverá ser marcada.
Delgatti foi preso nos desdobramentos da investigação que apura a inserção de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso apura, ainda, ligações entre Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Agenda das oitivas
Com o cancelamento, a CPI não conseguiu agilizar nenhum outro depoimento para colocar no lugar de Delgatti. Agora, a próxima oitiva ocorre apenas na próxima semana, quando os distritais ouvirão o coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), Paulo José Bezerra.
Antes de encerrar o mês de setembro, Ana Priscila Azevedo, presa em 8 de janeiro e considerada como organizadora dos atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, está prevista para ser ouvida em 28 de setembro.
Já em outubro, o major da reserva da PMDF Cláudio Mendes dos Santos, apontado pela PF por estar ensinando táticas de guerrilha a bolsonaristas, deverá ser ouvido em 5 de outubro. Ele está preso dentro do batalhão da corporação, no Complexo Penitenciário da Papuda.
O major do Exército José Eduardo Natale Pereira, flagrado por câmeras de segurança distribuindo água e conversando com invasores no Palácio do Planalto, no 8/1, em 9 de outubro; o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha, em 19 de outubro; e o coronel da PMDF, Reginaldo Leitão, em 26 de outubro, serão ouvidos pelos distritais.