INSPEÇÃO

Inspeção no HRT aponta falta de recursos humanos e instalações inadequadas

Estruturas do hospital estão insalubres, além da falta de anestesistas, enfermeiros e cardiologistas para atender os pacientes

A Promotoria de Justiça Criminal de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-vida) realizou uma inspeção no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). A visita foi motivada por uma denúncia recebida pela promotoria de que o atendimento e as instalações do local estavam inadequadas. A equipe da Pró-vida verificou que a disponibilidade de recursos humanos é pouca para o número de pacientes internados.

De acordo com o assessor médico da Pró-vida, Márcio Souza, “faltam 18 médicos anestesistas com carga horária de 20 horas semanais. Com o número reduzido desses profissionais, as cirurgias eletivas, aquelas que podem esperar, não ocorrem, então os pacientes vão se acumulando tanto no pronto-socorro quanto nas enfermarias. Como há poucos cardiologistas no hospital, é difícil o agendamento para avaliação do risco cirúrgico. Além disso, faltam 146 enfermeiros e 336 técnicos de enfermagem, por isso, muitos pacientes ficam internados sem assistência adequada”, detalha o médico. Segundo ele, o HRT é um dos hospitais com maior déficit de profissionais de enfermagem da Rede Pública de Saúde do DF.

A inspeção também constatou que as instalações do pronto-socorro adulto estão inadequadas. “Existe infiltração no forro, o piso do hospital está desgastado, o banheiro está sujo e há apenas um aparelho de ar condicionado que não supre a demanda, o que torna o ambiente muito quente”, explica Márcio.

Também foi apurado que faltam materiais cirúrgicos na ortopedia, como próteses de quadril e de joelho. “Os pacientes, além de esperarem por uma cirurgia pela falta de anestesista, ainda têm que esperar a compra de materiais cirúrgicos necessários para o tratamento por dias e até semanas, sem previsão”, lamenta Márcio.

Todas as informações obtidas pela inspeção serão reunidas em um relatório pela Pró-vida a ser direcionado às Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus) e Regionais de Defesa dos Direitos Difusos (Proreg) para que, em uma atuação conjunta com Secretaria de Saúde, solucionem os problemas de insalubridade do HRT.

*Com informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios 

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