A Câmara Legislativa realizou, nesta terça-feira (12/9), audiência pública para discutir a "Mobilidade ativa como forma de melhorar a mobilidade urbana". O tema, levado a plenário por iniciativa do deputado distrital Max Maciel (PSol), discutiu como melhorar as condições de tráfego para ciclistas e pedestres.
Mobilidade ativa é toda a forma de transporte não motorizada, geralmente ligada à energia produzida pelo corpo humano. A audiência vai ao encontro de demais eventos programados para setembro, considerado o mês da mobilidade urbana no Brasil.
Para o parlamentar, a audiência pública se fez necessária diante do atual cenário do DF. "O aumento de investimentos em infraestrutura viária não tem garantido uma melhoria proporcional na mobilidade urbana, por isso, torna-se fundamental refletir e debater alternativas sustentáveis e eficientes para o nosso trânsito", explicou o distrital. O evento se relaciona, também, com dois importantes projetos de autoria de Max Maciel, que visam a melhoria da mobilidade urbana e consequentemente da qualidade de vida, o Política de Mobilidade a Pé e o Fundo Distrital do Transporte e Mobilidade Urbana.
O evento contou com a participação de autoridades e especialistas que debateram a importância da mobilidade ativa, como direção prioritária a ser tomada, visando a integração, sustentabilidade e eficiência dos sistemas de transporte.
Perseu Rufino, arquiteto e urbanista, ativista pelos direitos da pessoa com deficiência, destacou que, hoje, novas necessidades têm surgido e que a qualidade de vida se reflete no caminhar. Porém, o espaço urbano ainda segrega e exclui determinados grupos sociais, refletindo padrões estabelecidos pela sociedade.
"Competimos com os veículos e ficamos à mercê dessa hierarquia, na qual o carro domina", argumentou o arquiteto. Segundo Perseu, isso gera impactos psicossociais aos PcDs, ao limitar os estudos e a profissionalização desse grupo. "A flexibilidade nos meios de transporte aumenta a capacidade de pessoas sem prejudicar no fluxo local. Cidades mais dinâmicas são mais seguras, porque estimulam a ocupação dos espaços", sugeriu o ativista.
Maria Lúcia Rego Veloso, da Rede Urbanidade (Prourb/MPDFT) e do Brasília para Pessoas, confirmou o desafio dos PCDs em garantir o direito de ir e vir, compartilhando imagens de acidentes que sofreu ao andar com sua scooter em calçadas quebradas. "É importante resgatar a proximidade dos locais que nos atendem. Mas para isso precisamos de calçadas e de uma região que realmente receba o pedestre. Quem tem carro dificilmente vai voltar para o transporte público, principalmente se este não tiver qualidade", ressaltou.
Íris Pavan, mestre em Ciência Política e pesquisadora do Grupo Demodê do Intituto de Ciência Política Universidade de Brasília, abordou a ausência de opções de transporte que levam aos locais envolvidos no trabalho reprodutivo. "Andar a pé pode ser uma atividade bastante complicada para as mulheres, seja pela falta de infraestrutura e de segurança, seja pelo tempo de deslocamento, que é significativamente maior dependendo da distância", pontou. Sheylla Maria Brito, da Bike Anjo e Rodas da Paz, também relatou ao público um acidente que sofreu ao pedalar em ciclovias má planejadas e finalizou sua fala com o questionamento: "quantas tragédias serão necessárias para que haja uma manutenção nas ciclovias do Plano Piloto?".
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