Com o feriado prolongado, as expectativas do comércio se elevam. Combinado com o período de pagamento dos salários de grande parte dos trabalhadores — seja do serviço público ou do setor privado —, os empresários esperam que o feriado de 7 de Setembro seja um bom momento para fechar bem o mês com faturamento extra.
De acordo com Sebastião Abritta, presidente do Sindvarejista o comércio está autorizado a funcionar durante a data, e isso é importante, porque abre a oportunidade de gerar o aumento de receita. "Estando aberto, há a chance de vender mais. O consumidor vai ter mais tempo também, as pessoas vão estar disponíveis para o consumo, até mesmo saindo de casa para aproveitar o feriado e acabar comprando", avalia Abritta. "O 7 de setembro é um momento em que Brasília recebe diversas pessoas do Entorno, e isso aquece a economia", conclui.
O comerciante Natal do Nascimento, 53 anos, é proprietário de uma loja relógios e bijuterias na Rodoviária do Plano Piloto há 18 anos e abrirá no feriado. "Estamos às vésperas do pagamento, e como muitos passam por aqui no 7 de setembro eu pretendo vender bem", conta.
Para Rubens França, 55, que tem uma loja de presentes e abre todos os anos no feriado da Independência, para o comerciante local abrir na data é uma aposta para fechar bem o mês. "Eu vou arriscar, pode ser que renda um bom faturamento, mas com a equipe de funcionários reduzida", explica.
João Paulo, 19, tem uma loja de acessórios para celulares e conta que para ele não é viável fechar logo no começo do mês, quando o faturamento normalmente é maior. "Não tem como parar no meio da semana, normalmente trabalho de segunda a sábado, é parar assim bem no início do mês não dá", relata.
Para o presidente da Fecomércio DF, José Aparecido da Costa Freire, embora possa haver um certo esvaziamento da cidade por conta do feriado prolongado, uma parte do comércio aposta naqueles que ficam, e vê neste período uma oportunidade de incremento nas vendas. "É o caso de bares e restaurantes, do setor de eventos, do comércio de shopping e até dos vendedores ambulantes, que aproveitam o encontro cívico nos arredores da Esplanada para comercializar bebidas, alimentos, camisetas e bandeiras que deixam a festa ainda mais bonita", diz José.
Para o economista Newton Marques, a economia vai girar bem em torno do comércio de rua e motoristas de aplicativo. "Ambulantes de todos os cantos da capital vão estar na Esplanada (dos Ministérios) para vender todo tipo de coisas, os motoristas de aplicativo estarão rondando e levando as pessoas ao desfile. Então, a economia vai estar se movimentando de forma interessante" explica o especialista.
Hotéis
Para o setor de hotelaria, esse ano é distinto dos anteriores, em relação às comemorações da Independência. Isso porque a cidade não recebeu tantos turistas que vinham a Brasília para movimentações políticas. Mas, quando se trata de feriado e pontos facultativos, a média está dentro do esperado, pois os brasilienses costumam viajar para outros estados.
De acordo com Henrique Severien, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF), em 2021, a ocupação dos hotéis da capital para data está girando dentro dos 40%. Em comparação ao feriado do carnaval, que também foi prolongado, a ocupação esteve em 30%, o que demonstra uma melhora e está dentro da expectativa quando se trata de feriados estendidos em Brasília.
Ainda, segundo ele, no final de outubro a ABIH- DF irá fazer uma missão a Washington, nos Estados Unidos, para aprender como fomentar o turismo cívico sem vieses políticos. "Vamos conversar com os hotéis da capital americana e entender esse processo de amadurecimento, que eles passaram. Todos os incentivos que foram colocados, porque o turismo cívico deles tem números incríveis." conta Henrique. "Estamos buscando aprender para colocar isso na capital do país", conclui.
De acordo com a rede de hotéis HPlus, em seus estabelecimentos, em Brasília a média de ocupação está em 43%, no feriado do 7 Setembro deste ano. Para eles o valor era esperado, devido ao deslocamento do turismo para outras regiões. Por exemplo, os hotéis da rede na região Norte (Palmas) e Nordeste (João Pessoa) sofreram aumento significativo de ocupação. "Em João Pessoa estamos praticamente lotados e com um faturamento esperado de 11% acima de 2022."
Ainda segundo a Hplus, historicamente, os feriados em Brasília tem uma ocupação parecida. Mais baixa até mesmo do que os dias úteis devido ao fato de que as viagens para a cidade são, majoritariamente, a trabalho.
Bares e restaurantes
O presidente do Sindicato Patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Silva, conta que, normalmente, os feriados prolongados não apresentam aumentos significativos para o setor dos bares e restaurantes. "Em comparação a outros feriados, não estamos esperando nada de aumento no faturamento, muito pelo contrário, ao longo dessa semana que antecede o feriado já sentimos uma queda no movimento dos estabelecimentos, por tanto, não há muitas expectativas, em cinco dias de feriado as pessoas costumam sair de Brasília", relata Jael
Aeroporto
A Inframerica, empresa que administra o aeroporto da capital , afirma que a perspectiva é de que o feriado deste ano gere um aumento nos embarques e desembarques de passageiros no Aeroporto Internacional de Brasília. A expectativa é que mais de 200 mil pessoas passem pelo terminal brasiliense entre os dias 6 e 11 de setembro. "Desses, 50% devem utilizar o aeroporto da capital federal para se conectar para outras regiões do país. O movimento aéreo previsto para todo o feriado é de 1.500 pousos e decolagens", relata a Inframerica.
O tráfego internacional no período também deve ser maior. A Inframerica prevê 56 voos para o exterior e cerca de 8 mil passageiros devem embarcar e desembarcar na área do Aeroporto de Brasília. Para evitar imprevistos, a Inframerica recomenda que os viajantes cheguem com pelo menos duas horas de antecedência ao aeroporto para evitar atrasos e garantir uma viagem tranquila.
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