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Diálogo e união de forças para combater o machismo, cita Ricardo Vale ao CB.Poder

Em entrevista nesta terça-feira (5/9), o vice-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Ricardo Vale (PT) fala sobre os projetos de multa a agressores de mulheres e orientação a estudantes como formas de combate a violência de gênero

“Foi um gesto importante e fruto de um diálogo que tem que existir, mesmo eu sendo de oposição”, cita o deputado distrital e vice-presidente da Câmara Legislativa, Ricardo Vale (PT), ao refletir sobre as leis anti-machismo de sua autoria que foram aprovadas recentemente pelo Governo do Distrito Federal.

O petista é o convidado do programa CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — desta terça-feira (5/9). O parlamentar ainda discorre a respeito da celebração do 7 de Setembro ao retomar os atos antidemocráticos que invadiram a capital no início do ano.

No primeiro bloco da entrevista, conduzida por Ana Maria Campos, o deputado detalha as duas leis de combate a violência contra a mulher. Uma delas institui a aplicação de multas para agressores. O mecanismo para coibição prevê o pagamento de quantia proporcional à renda de quem comete o crime. “Se ele não tem salário algum, ele vai pagar até R$ 500. Se ele ganha de R$ 2 mil a R$ 5 mil, ele paga R$ 1.000. Se ganha de 5 mil a 10 mil, paga 2.000, e assim vai”, explica. A cobrança pode chegar a R$ 5 mil, conforme a renda.

A outra medida assinada por Ricardo Vale leva o debate acerca do respeito a mulher e igualdade de gênero para as escolas, a fim de orientar as futuras gerações. “Teremos uma semana no mês de março para que as escolas desenvolvam uma série de oficinas, trabalhos e debates sobre esse tema” cita. Segundo ele, também será criado um comitê nas escolas, a fim de dar continuidade à conversa com os menores, “vai ter ações nas escolas para discutir essa questão do machismo, essa questão dos direitos da mulher, para tentar mudar esse machismo estrutural”.

A regulação dos projetos foi alcançada a partir do diálogo com o governo do DF, comandado por Ibaneis Rocha e a vice-governadora Celina Leão, figuras às quais Vale é opositor. No entanto, o membro do Partido dos Trabalhadores cita como importante a articulação com o lado contrário do espectro político. “Se não tem regulamentação, ela (a lei) fica parada. Então, foi um gesto importante e fruto de um diálogo que tem que existir, mesmo eu sendo de oposição”, declara.

Com a chegada da celebração da Independência, o vice-presidente da Câmara Legislativa prevê que o desfile do 7 de Setembro será um momento familiar e tranquilo apesar da apreensão de novos tumultos. “Eu fico preocupado com esse pessoal que já demonstrou não ter respeito pela democracia. É preciso ter todo cuidado e eu estou percebendo que há um esforço do Governo Federal e do Governo local para que tudo transcorra de forma tranquila.”, finaliza Vale. 

Por João Carlos Silva, estagiário sob supervisão de Patrick Selvatti

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