Moradora de Taguatinga e considerada uma das líderes do movimento golpista de 8 de janeiro, Ana Priscila de Azevedo disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi inerte contra os manifestantes que invadiram os prédios dos Três Poderes.
Aos distritais, Ana Priscila comparou a ação da corporação no 8 de janeiro com a atuação em outras manifestações que ela participou no DF — a mulher é nascida e criada em Brasília e alega ter participado de vários atos na Esplanada dos Ministérios. “O que eu ouvi no 8 de janeiro, foi uma polícia inerte, que não fez absolutamente nada (contra os manifestantes). Eu nunca vi a Praça dos Três Poderes desguarnecida. Não tinha contingente policial nenhum. A polícia não fez nada, estava inerte. As viaturas e policiais, todos eles parados”, opinou.
“O contingente era ínfimo. No momento que cheguei e passei pela barreira, a quebradeira já tinha acontecido. Se a quebradeira já tivesse acontecido, porque essas duas barreiras não nos avisaram e não nos impediram de seguir adiante?”, acrescentou. “Fui revistada por uma barreira simples, com pouquíssimos policiais. Em torno de 500 metros da Rodoviária do Plano Piloto”, analisou.
Logo em seguida, Ana Priscila esclareceu aos distritais que só ingressou no Palácio do Planalto por medo dos policiais militares, já que havia um helicóptero com PMs jogando “bomba” de efeito moral na Esplanada dos Ministérios. A patriota reiterou que apesar de ter entrado no prédio, não depredou nada. Ela está presa desde 10 de janeiro de 2023.
Relator na bronca
Ao dar início aos questionamentos, o relator da CPI, Hermeto (MDB), apontou que, de fato, faltou efetivo da PMDF no 8 de janeiro, e por isso há coronéis e outros policiais militares presos. Em seguida, Hermeto apontou que os manifestantes quase assassinaram uma PM.
“Todos os policiais ali, senhora, foram vítimas de vocês, que queriam quebrar tudo, queriam extinguir tudo. Os soldados, sargentos, cabos, praças, foram vítimas de vocês, que agrediram. Teve uma policial militar que quase foi assassinada por vocês, pelos ditos ‘patriotas’, que fizeram todo aquele arrombamento nos prédios”, rebateu o relator.
Ana Priscila era administradora de um grupo no Telegram, chamado de “A queda da Babilônia”, que contava com cerca de mais de 35 mil membros. Mesmo após os ataques, Ana Priscila seguiu com postagens em grupos de telegram. “Os caras armaram e colocaram tudo para cima de mim. Assassinaram minha reputação e não minha consciência", escreveu, na época.
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