O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Anderson Torres alegou forte estresse ao faltar a uma apresentação ao juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, para o cumprimento de uma das obrigações da liberdade provisória concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
No documento entregue no âmbito do inquérito que investiga agentes públicos supostamente envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro, os advogados do ex-secretário argumentam que a ausência de Torres, em 7 de agosto, ocorreu “porque (ele) esqueceu e enfrenta forte estresse”, além de estar realizando acompanhamento psiquiátrico.
A médica Elaine Bida, diretora da Saúde Mental da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), afirma, nesse documento, que o ex-ministro não compareceu à Justiça porque ele teria ido uma consulta naquele dia, “por preocupações excessivas concomitante com situações de estresse agudo desencadeando algumas consequências, entre elas, o esquecimento do compromisso de comparecimento semanal na Vara de Execução Penal”.
Ao dar liberdade provisória a Torres, Moraes impôs algumas condições, como o uso de tornozeleira eletrônica enquanto aguarda o andamento do processo, além de se apresentar todas as segundas-feiras à Vara de Execuções. É uma medida semelhante ao que ocorre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Um dia depois, em 8 de agosto, o delegado da Polícia Federal prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos atos golpistas, do Congresso Nacional. Logo em seguida, Torres passou por mais um depoimento, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). O estresse agudo dele teria sido pela expectativa desses dois depoimentos.
Prisão
O ex-ministro de Jair Bolsonaro deixou a prisão em 11 de maio, após ficar quatro meses detido no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no Guará. Ele se apresentou à Justiça logo após a decretação da prisão, por parte do ministro Alexandre de Moraes.
Na época dos atos de 8 de janeiro, ele era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, mas estava de férias nos Estados Unidos. Ainda existe uma investigação se apura se ele agiu deliberadamente para fragilizar a segurança pública de Brasília.
Moraes, à época, disse que a soltura de Torres não ocorreu antes por conta das investigações em curso. Além de usar tornozeleira eletrônica, o ex-secretário não pode se ausentar do Distrito Federal, e deverá se recolher no período noturno e nos finais de semana.
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