Um homem, de 23 anos, é suspeito de atear fogo no apartamento da ex-namorada, de 17 anos, no Gama. O caso ocorreu no domingo (17/9) e mobilizou as equipes do Corpo de Bombeiros. Em entrevista ao Correio, a mãe da vítima deu detalhes sobre o caso e sobre o relacionamento conturbado entre os dois.
A mãe conta que, além do incêndio criminoso, o homem tentou furtar o celular da ex e chegou a persegui-la. O caso é investigado pela 20ª Delegacia de Polícia (Gama) e, até a última atualização dessa reportagem, ninguém havia sido preso.
A mulher relatou à reportagem que o casal tinha “um relacionamento bastante conturbado com ameaças e muitas aflições". “Em março deste ano, ela se separou dele e a gente teve ajuda da polícia. Houve um pedido de medida protetiva que acabou em julho”, disse.
Agressão
O Correio teve acesso ao boletim de ocorrência registrado na delegacia. No depoimento à polícia, a jovem contou que os dois tiveram um relacionamento de dois anos. A relação do casal terminou há cerca de seis meses, após ela ser vítima de ameaças, injúria e agressão. Em março deste ano, ela foi até a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher II, em Ceilândia, para registrar a ocorrência contra o ex-namorado e solicitou medidas protetivas contra ele.
No entanto, um mês depois do término, a adolescente resolveu reatar a relação, mas voltou a ter problemas com o namorado e terminou novamente. Desta vez, ele não aceitou o fim. Segundo a jovem, o ex-namorado insistiu diversas vezes para reatar a relação, indo até a sua casa e não atendendo o pedido para que ele se afastasse.
Na tarde deste domingo, o ex-namorado, então, foi até a casa dela. Ao pedir para ele ir embora, o homem se recusou e impediu que ela saísse da residência. A jovem inventou uma desculpa e conseguiu escapar. Quando estava na rua, ela pediu um celular emprestado para uma pessoa e ligou para o próprio telefone. O acusado atendeu e ela pediu para que ele deixasse o aparelho dela e saísse.
Nesse momento, o suspeito perguntou o que ela faria. Para a vítima, o ex-namorado desconfiou que ela chamaria a polícia e, ao retornar ao local com uma equipe da Polícia Militar do DF (PMDF), o suspeito havia ido embora levando o celular dela e a chave do apartamento.
De acordo com a mãe da jovem, os policiais recomendaram que ela não ficasse no apartamento, pois o suspeito poderia retornar ao local. Seguindo as orientações, ela pegou algumas roupas e foi para a casa de parentes. Instantes mais tarde, a casa dela pegou fogo. “Nesse período, que ela saiu, ele retornou no imóvel e tocou fogo. A princípio, ela pensou que teria sido o telefone, porque ela deixou o carregador na tomada”, contou a mãe.
Alguns vizinhos ajudaram a apagar as chamas e acionaram o Corpo de Bombeiros. Uma vizinha alegou que o incêndio foi criminoso, pois testemunhou o momento em que um homem ateou fogo na residência. “Quando teve a perícia, uma moça que mora de frente da casa dela apareceu e falou que viu o rapaz ateando fogo na casa”, contou a mãe da adolescente. O imóvel ficou totalmente destruído.
A jovem, que já teve medidas protetivas de urgência contra o rapaz, era emancipada e não dependia do rapaz. O crime foi registrado como incêndio, furto de celular, Lei Maria da Penha e perseguição. A motivação: crime passional.
Ameaças
Na ocorrência, pedindo medidas protetivas, registrada em março deste ano, o depoimento da mãe da jovem diz que o ex-namorado ameaçou a filha e a família dela, caso ela não se encontrasse com ele. Mesmo diante da medida protetiva, o rapaz continuou a mandar mensagem com ameaças pelas redes sociais. Em um dos registros anexados à ocorrência, o rapaz diz “se você pedir medida protetiva eu vou te bater, você está me testando demais, não brinca com fogo, vou te entupir de bala”.
A mãe conta que eles acabaram se aproximando novamente e a filha chegou a se encontrar com o ex recentemente. “Ela falou para ele que foi um momento de fraqueza e que não queria mais. Só que nesse tempo, ele ficou entrando e saindo da casa dela sem autorização, ameaçando e não aceitando o término”, relatou. A vítima alega que o ex-namorado não faz uso de bebidas alcoólicas ou drogas, além de não ter arma de fogo. No entanto, a mãe diz que o jovem tem passagem por furto e tráfico de entorpecentes, o que o torna uma pessoa perigosa.
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