O juiz da 4ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e tornou réu o agente penitenciário Bruno César de Lima Barbosa, por tráfico de drogas. Ele trabalha na Penitenciária Federal de Brasília, unidade prisional que abriga Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Bruno foi preso por policiais da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) com uma plantação de maconha dentro de casa, em março, na região administrativa de Ceilândia, mas foi colocado em liberdade logo em seguida. Ao aceitar a denúncia, o juiz Ângelo Pinheiro Fernandes de Oliveira rejeitou o pedido da defesa do policial, que solicitava a nulidade da ação dos policiais no flagrante de tráfico de drogas. Os representantes do agente ainda apontavam que havia pouca quantidade de maconha.
“Assim, me parece, por ora, que a discussão sobre a porcentagem da substância proscrita em nada influenciaria no julgamento desta ação, uma vez que a substância já foi detectada e constatada no laudo pericial, sendo, indiferente, para a ação penal, o percentual de tetraidrocanabinol existente nas amostras da substância entorpecente”, citou o juiz, ao indeferir o pedido de retificação do laudo pericial.
Por ser policial, Bruno teve a arma apreendida. Ele pleiteou o revólver de volta. O juiz, no entanto, negou o pedido, ressaltando que a restituição da arma pode ou não acontecer somente após o encerramento do caso.
Preso
Bruno é servidor público há quase 17 anos e passou por penitenciárias federais de outros estados, como a de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O servidor vinha sendo investigado pela PCDF por suspeita de receber encomendas de medicamentos e anabolizantes pelos Correios com destino ao Aeroporto Internacional de Brasília.
Após monitoramento dos policiais da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Bruno foi preso em flagrante no âmbito da operação Tracking. Segundo as investigações, o agente penitenciário recebeu, em casa, em Ceilândia, a mercadoria de anabolizantes oriundos de outro estado. Durante as buscas, as equipes encontraram várias porções e uma plantação de maconha no quintal do imóvel.
O servidor público foi preso e autuado por tráfico de drogas. Em depoimento, ele disse que as drogas, os medicamentos e os anabolizantes seriam para o uso pessoal. Além disso, negou a venda a terceiros.
Marcola
Depois de passar por um período em Porto Velho, onde ficou por 11 meses, Marcola retornou a Brasília, em janeiro deste ano, após a descoberta de um plano de resgate do chefe do PCC. O anúncio, na época, foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que justificou a medida como necessária para impedir a possível operação de comparsas para libertar Marcola. "A transferência foi feita de um presídio federal para outro exatamente visando prevenir um suposto plano de fuga ou resgate desse preso. Portanto, essa operação se fez necessária para garantir a segurança da sociedade", afirmou.
O chefe da organização criminosa está condenado a mais de 300 anos de prisão. A transferência de Marcola de Porto Velho para Brasília foi coordenada pela Secretaria de Políticas Penais (Senappen) do Ministério da Justiça e realizada sob forte esquema de segurança.
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