Operação Coiote

Golpe do seguro: Preso grupo que simulava acidente visando indenização

Organização criminosa simulava acidentes e destruía veículos para recebimento de indenização de seguro. Montante recebido das seguradoras chegou a R$ 2 milhões

Todos os investigados serão indiciados pelo crime de organização criminosa, que prevê pena de reclusão de três a oito anos -  (crédito: PCDF)
Todos os investigados serão indiciados pelo crime de organização criminosa, que prevê pena de reclusão de três a oito anos - (crédito: PCDF)
postado em 18/09/2023 09:55 / atualizado em 18/09/2023 09:55

Na manhã desta segunda-feira (18/9), a Polícia Civil do Distrito Federal, por meio do trabalho investigativo da 18ª Delegacia de Polícia, deu início a “Operação Coiote” e prendeu temporariamente seis integrantes de uma organização criminosa voltada à simulação de acidentes e à destruição de veículos para recebimento de indenização de seguro. Todos os investigados serão indiciados pelo crime de organização criminosa, que prevê pena de reclusão de três a oito anos.

As investigações apontaram que a organização, atuante desde 2015, simulou 12 acidentes automobilísticos e destruiu 25 veículos, recebendo das seguradoras o montante de R$ 2 milhões. Os acidentes forjados ocorreram nas cidades de Brazlândia, Taguatinga, Ceilândia, Samambaia, Vicente Pires e Brasília e envolveram veículos das marcas Porsche, BMW, Audi, Volvo e Mercedes.

Os investigados adquiriam veículos importados de certo tempo de uso e de difícil comercialização, alguns avariados; consertavam-os e contratavam seguros, com valor de indenização correspondente a 100% da tabela Fipe, superior ao valor de aquisição e conserto dos carros. Em seguida, os investigados promoviam a colisão proposital dos veículos, que sofriam perda total.

Para driblar o mercado segurador e dificultar a descoberta de vínculos criminosos, os investigados revezavam-se na condição de proprietário, contratante do seguro, condutor, terceiro envolvido no acidente e recebedor da indenização, às vezes via procuração. Também para dificultar a investigação, os investigados registravam as ocorrências dos acidentes na Delegacia Eletrônica, afastando questionamentos da polícia judiciária sobre o sinistro e, por fim, recebiam a indenização do seguro, baseada na tabela Fipe.

A organização era permanente, estável, hierarquizada e possuía divisão de tarefas. À frente estavam um empresário de Taguatinga e um ex-policial militar da PMDF, licenciado da corporação em razão da emissão de 150 cheques sem fundos. Cabia à dupla adquirir os veículos, registrar as ocorrências e envolver parentes e amigos nos registros dos acidentes, contratação dos seguros e recebimento das indenizações. A dupla contava com o apoio das esposas, uma delas advogada, que cedia os dados pessoais para o registro dos acidentes forjados, adquiria veículos, contratava apólices de seguro e recebia indenizações.

Além da prisão temporária dos integrantes da organização criminosa, a PCDF cumpriu seis mandados de busca em Taguatinga Norte, Vicente Pires e Ceilândia. Os mandados de prisão e busca foram expedidos pelo Juiz Titular da Vara Criminal e Tribunal do Júri de Brazlândia, que também determinou o sequestro de 20 veículos e o bloqueio do montante de R$ 2 milhões das contas dos seis investigados.

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