A defesa do blogueiro bolsonarista Wellington Macedo de Souza irá recorrer da condenação de seis anos de prisão contra o cliente. A sentença foi dada pelo juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, há um mês.
O advogado Aécio Fernandes, defensor de Macedo, contou ao Correio que, agora que o blogueiro foi capturado pela polícia no Paraguai, irá apelar no próprio Tribunal de Justiça do Distrito Federal e do Territórios (TJDFT) contra a decisão. Fernandes afirmou que conversou com seu cliente na noite de ontem, ciente de que ele estava na Cidade do Leste, no país vizinho.
Segundo o advogado, Macedo teria hoje uma audiência no órgão paraguaio equivalente ao Conare (Comitê Nacional para Refugiados) do Ministério da Justiça do Brasil. Ele afirmou que não teve mais contato com o cliente depois da prisão do blogueiro, ocorrida na manhã desta quinta-feira (14/9), e nem qualquer informação oficial sobre o paradeiro dele até o fechamento desta matéria.
"Entrei em contato com o Conare do Paraguai e com a embaixada do Brasil no Paraguai, mas não obtive retorno. Estou meio perdido, tentando descobrir para onde estão o levando. Falei com ele ontem à noite, estava bem, mas segue um pouco abalado com a sentença", disse Aécio Fernandes.
O advogado afirmou que tem o prazo de 90 dias para recorrer da condenação do juiz Tovani. E que, a partir de tomar ciência oficialmente da sentença, quando estiver na 3ª Vara, passará a contar novo prazo de 90 dias para apresentar recurso contra a condenação de seis anos de cadeia. O advogado descartou um possível acordo de delação.
"Ele não tem que fazer delação, não tem o que dizer. Os outros dois condenados pelo caso — Alan Diego e George Washington — já disseram em depoimento que ele não teve nenhum envolvimento direto e que nem sabia que se tratava de uma bomba quando deu carona ao Alan", disse.
Condenação
Washington Macedo foi condenado por ter levado Alan até a proximidade do Aeroporto de Brasília, onde o artefato chegou a ser colocado embaixo de um caminhão cheio de querosene de aviação.
"Essa condenação não foi só jurídica. Teve um 'quezinho' de política. E todas as menções a ele o associam ao Bolsonaro, e não tem nada a ver. Eu mesmo tinha dito ao Wellington: 'não sonhe com a sua absolvição', mesmo com todos os fatos a seu favor. Porque, do jeito que estava sendo conduzido o caso, só com notícia difamatória contra ele, não seria outra a decisão", finalizou o advogado.
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