O blogueiro Wellington Macedo, preso após uma operação conjunta da polícia paraguaia e a Interpol, foi localizado pelos agentes nas proximidades da governadoria do Alto Paraná, extremo leste do Paraguai. De acordo com informações obtidas pela reportagem, o condenado pela tentativa de explodir uma bomba não se rendeu facilmente à polícia. Ele foi apresentado à delegacia com manchas de sangue e lama pela roupa.
A informação da prisão de Macedo inicialmente foi dada pelo g1 e confirmada por fontes policiais ao Correio. Wellington estava foragido desde 5 de janeiro, após ter a prisão decretada pela Justiça. Além de Wellington, outros dois foragidos do governo brasileiro foram detidos e serão entregues à Polícia Federal ainda nesta quinta.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), ele e Alan Diego dos Santos Rodrigues deixaram um artefato explosivo em um caminhão-tanque. Wellington frequentava o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército antes de tentar explodir o aeroporto, e estava hospedado em um hotel no Setor Hoteleiro Norte, em Brasília. Dois dias após o plano dar errado, ele rompeu a tornozeleira eletrônica.
Antes de ser preso nesta quinta, a última informação era de que Wellington estava no Paraguai, e tentou se credenciar para posse do presidente paraguaio Santiago Peña, em Assunção, no mês passado. O pedido foi negado pelo governo paraguaio, após o governo brasileiro ter avisado sobre a possível presença de Wellington.
O blogueiro era procurado pela PCDF no caso da bomba, e pela PF correspondente aos atos de tentativa de invasão à sede da corporação, em 12 de dezembro do ano passado.
Condenação
Wellington foi condenado no mês passado a seis anos de prisão por envolvimento na tentativa de explosão do aeroporto. Ele transportou em seu carro até o aeroporto o comparsa Alan, que instalou a bomba no caminhão-tanque próximo ao local, na véspera do Natal do ano passado. A trama ainda contou com a participação de George Washington de Sousa, apontado como mentor.
Antes de levar uma vida criminosa, o blogueiro trabalhou no então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, como assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, da ex-ministra e senadora Damares Alves (Republicanos-DF).
Entre os meses de fevereiro e outubro de 2019, período em que trabalhou no ministério, Wellington era responsável por despachar medidas que iam da destinação de verbas para custear viagens de serviço à contratação de uma empresa para transportar "bagagens para todas as regiões dentro do Brasil e transporte de veículo do tipo automóvel e motocicleta dentro do território nacional", como constava no site do ministério.
O ex-assessor acumulou, ao longo dos oito meses no Ministério da Mulher, cerca de R$ 82 mil em salários. Graças ao Portal da Transparência, o Correio constatou que Wellington também requereu e recebeu cinco parcelas do auxílio emergencial de R$ 600, em 2020.
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