Após a prisão temporária do dentista Gustavo Najjar, 37 anos, na última terça-feira (12/9), por estupro de uma paciente de 37 anos, outras vítimas foram ouvidas na 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), responsável pelo caso. As mulheres também acusam o profissional de saúde, que é especialista em harmonização facial, de ter as molestado sexualmente. Gustavo atendia as pacientes no próprio consultório, localizado em um shopping na área central de Brasília.
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Em depoimento à polícia, uma mulher de 31 anos afirmou que o dentista teria abusado dela em dezembro do ano passado, durante um curso ministrado por ele em Fortaleza (CE). Na ocasião, Gustavo teria pedido para a vítima permanecer na sala de aula durante o intervalo para o almoço, usando o pretexto de que ele avaliaria uma cirurgia que ela tinha feito nos seios.
Sozinhos na sala, o profissional de saúde perguntou se a vítima tinha ficado com flacidez nos seios após a cirurgia e pediu para que a vítima mostrasse o resultado cirúrgico para ele. A mulher negou o pedido a princípio, porém, após o autor insistir dizendo que o exame seria estritamente profissional, ela levantou a blusa.
Nesse momento, o dentista disse que realmente ela não tinha flacidez e pegou em um dos seios, passando a acariciá-lo. A vítima logo mandou ele parar e saiu em direção a porta para ir embora. O autor entrou na frente dela, a segurou e tentou beijá-la à força, dizendo que apenas soltaria a mulher quando ela se acalmasse. A vítima disse que estava mais calma, então Gustavo a soltou e ela saiu da sala.
Uma segunda mulher também depôs à polícia. Ela tem 44 anos e relatou que Gustavo teria a molestado no consultório dele, em agosto de 2020, durante a realização de um procedimento estético. Ela contou que foi a última paciente a ser atendida pelo dentista e que só estavam os dois no consultório. A vítima foi até o local para fazer uma avaliação para a aplicação de fios na face.
Após ser avaliada por Gustavo, a mulher decidiu realizar o procedimento naquele momento. A vítima disse que durante o procedimento passou a sentir dor e que o dentista deu um comprimido para que ela ficasse mais relaxada. A mulher então contou que, após tomar a medicação, ficou mais “lenta” e se recorda do autor passando as mãos no rosto dela como se o acariciasse.
Em seguida, o dentista perguntou se a vítima tinha feito algum procedimento cirúrgico e ela respondeu que tinha colocado silicone nos seios. Nesse momento, Gustavo a questionou se ela tinha flacidez e pediu para ver os seios da mulher. À polícia, a vítima disse que estava confusa por conta da medicação e não se lembra de como as coisas foram acontecendo, mas se recorda de estar em pé, em frente a um espelho, com o autor a abraçando por trás com as mãos nos seios dela.
Além disso, a mulher de 44 anos se lembra que tentou se livrar do autor e apenas conseguiu ir embora do consultório após a mãe dela passar a telefonar de forma insistente. Ela disse para o dentista que a mãe estava no shopping a esperando, quando percebeu que já passava das 22h e o centro comercial estava fechado.
De acordo com a polícia, uma terceira vítima prestará depoimento nesta quinta-feira (14/9). Ela também acusa o dentista de tê-la importunado sexualmente durante um atendimento no consultório dele. Os casos relatados podem ser enquadrados como crimes de importunação sexual e de estupro de vulnerável. As ocorrências serão apuradas em inquéritos policiais autônomos.
Relembre o caso
Gustavo Najjar, de 37 anos, é especialista em harmonização facial e foi preso, na tarde de terça-feira (12/9), por ter estuprado uma paciente, no próprio consultório, localizado no Conjunto Nacional de Brasília, shopping localizado na área central de Brasília. Ele foi detido pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) enquanto chegava para trabalhar.
A vítima, de 33 anos, contou à polícia que conheceu o dentista nas redes sociais e teria ido ao consultório para fazer uma avaliação, para ser submetida a um procedimento de harmonização facial. No local, após a vítima contar que realizou algumas cirurgias estéticas, Gustavo teria pedido para que ela retirasse a roupa, para que ele pudesse avaliar.
Acreditando na boa fé do profissional, a vítima deixou o dentista analisar o corpo. No entanto, o criminoso, quando estava olhando para os glúteos dela, disse que precisava “testar a sua sensibilidade”, e desferiu um tapa. A vítima relatou aos agentes que ficou totalmente desconfortável com a situação, e relatou que precisava ir embora. Nesse momento, o dentista a agarrou e a forçou a manter relação sexual.
A vítima tentou se desvencilhar, dizendo que queria ir embora. Ela relatou ter gritado, mas o criminoso puxou a vítima, tendo rasgado sua calça e afirmado que ninguém a escutaria, pois não havia mais ninguém no consultório. Em pânico, a vítima não conseguiu mais resistir e o autor consumou a prática sexual.
Após o estupro, o autor voltou a conversar com a vítima sobre os procedimentos estéticos, como se nada tivesse acontecido. A vítima, em choque, conseguiu ir embora e encontrou o ex-marido e a filha, que a aguardavam no shopping. Ela seguiu até a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), para o registro da ocorrência contra o dentista.
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