Treinamento

Curso do Correio treina estudantes de jornalismo para área de saúde

O primeiro dia do curso Jornalismo na Prática gerou grandes expectativas nos jovens selecionados. A iniciativa tem foco na formação de profissionais na cobertura de um setor que ganhou destaque nos últimos anos

Os estudantes terão contato com a redação e, no final do curso, vão produzir um caderno sobre um tema ainda a ser revelado -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Os estudantes terão contato com a redação e, no final do curso, vão produzir um caderno sobre um tema ainda a ser revelado - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Naum Giló
postado em 12/09/2023 06:00

Começou nesta segunda-feira (11/9) o curso Jornalismo na Prática, oferecido pelo Correio para recém-formados e para aqueles que estão no último semestre da graduação. O programa de treinamento é voltado para estudantes que querem se aprimorar na área, com foco na cobertura do setor de saúde do Brasil.

Mestra pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e MBA pela Universidade de São Paulo, Andréia Lago é coordenadora do curso e acumula experiências em grandes veículos de comunicação Brasil. Ela explica que os 20 jovens jornalistas selecionados para o curso terão uma formação mais específica em saúde, principalmente no sistema público brasileiro, único no mundo.

"Vamos trazer especialistas para falar como o Sistema Único de Saúde (SUS) funciona, bem como os processos de introdução de novos medicamentos, testagens, pesquisas e a regulação do governo no setor. A saúde suplementar (setor privado) também será abordada no programa", detalha Andréia.

A jornalista avalia que a pandemia foi o período em que a sociedade se interessou mais em saber como as vacinas funcionam e são produzidas. "Quando surgiu essa necessidade, o jornalismo não estava preparado para atendê-la. Na pandemia, ficou ainda mais evidente a necessidade de informar para a sociedade como todos esses processos ocorrem", reconhece Lago.

Durante a experiência, os profissionais terão a oportunidade de aprender formas de como o jornalismo deve cobrir o negacionismo, buscar fontes qualificadas e abordar autoridades, tudo na prática. A fase on-line do curso vai até o fim deste mês. Após esse período, os jornalistas farão rodízio entre as editorias do Correio Braziliense. Ao final do programa, a turma produzirá um caderno especial sobre um tema ainda a ser revelado. "O intuito é que eles saiam mais preparados para experiências mais desafiadoras. A universidade ainda é muito distante da prática no mercado de trabalho", explica. Andréia Lago coordena o curso ao lado do jornalista Raul Pilatti, também com grande experiências na imprensa nacional. A diretora de redação do Correio, Ana Dubeux, é a coordenadora-geral. 

Oportunidades

Ao todo, o Jornalismo na Prática teve 116 inscritos, mas apenas 20 foram selecionados. O presidente do Correio, Guilherme Machado, deu as boas-vindas aos futuros profissionais. Ele ressaltou a importância da participação de estudantes de diferentes regiões do país. "O Correio é um jornal lido em todo o Brasil e vamos contribuir para aprimorar a cobertura jornalística de um assunto de grande relevância que é a saúde", disse. 

Um dos participantes do treinamento é o paraense Maycon Cantanhede, 22 anos, que está prestes a se formar em jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele conta que já procurava, há algum tempo, ter uma experiência em redação. "Aqui, em Belém, sinto o mercado de jornalismo bem limitado. Essa é uma ótima experiência de viver a realidade de redação de um grande veículo", comemora o futuro jornalista.

O foco na área de saúde, segundo ele, é muito interessante. "A realidade amazônica tem muito a ver comigo. Eu pretendo usar esse aprendizado para lidar com as questões de saúde relacionadas com a realidade da minha região", revela Maycon, cuja primeira impressão do curso causou ainda mais ansiedade. "O primeiro dia foi bem interessante. Deu para perceber que as trocas vão ser bem ricas, não só com os organizadores, mas também com os outros participantes, que são de diversos lugares do país, cada um com bagagens muito singulares", analisa.

Outra selecionada é a Bianca Mingote, também de 22 anos. Ela está no último semestre de jornalismo na Universidade de Brasília (UnB) e pretende se especializar na área de saúde. "Quero contribuir com o aprimoramento da cobertura de saúde no Brasil. Acredito que essa é uma área essencial, que merece constante cobertura da imprensa, não apenas de forma superficial, mas com profundidade, e, claro, que consiga elucidar para sociedade questões importantes da área", anseia a jovem. Ela enxerga o jornalismo como uma forma de "enfrentar a avalanche de desinformação", contribuindo para a saúde pública.

"Outro ponto que me despertou interesse no curso é o Correio. É um veículo de influência em Brasília. É um jornal que a gente conhece, muito respeitado, tem critérios de apuração e credibilidade", aponta a futura jornalista, que quer aprender mais a trabalhar com o jornalismo factual, que exige maior rapidez do profissional. "Acredito que a vivência será muito enriquecedora. quero muito aprender com o contato com os profissionais do jornal. Estou muito empolgada com o rodízio nas editorias que faremos", confessa Bianca.

Iniciativa

Valda César, superintendente de Negócios e Marketing do Correio Braziliense, conta que há muito tempo o jornal pretendia abrir uma iniciativa de formação para jornalistas, projeto que hoje tem apoio e patrocínio da Interfarma, associação que reúne empresas e pesquisadores nacionais e estrangeiros da indústria farmacêutica. Foi preciso uma mobilização nacional para as pessoas entenderem o que era o curso e terem interesse em se inscrever.

"Na turma, temos representantes de Minas Gerais, DF, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná. É uma turma bem diversificada e representativa. A formatura deles no curso será em novembro", aponta a superintendente. "Fico orgulhosa que teremos jornalistas extremamente conhecedores do SUS para discutir, gerar conteúdo e interagir com a sociedade em geral", finaliza.

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