Crime

Em surto, homem esfaqueia padrasto e a própria mãe em Sobradinho 1

O crime ocorreu na quadra 6, de Sobradinho 1, no início desta tarde. Padrasto levou golpes nas costas, nos braços e no rosto e a mãe, nas mãos

O rapaz subiu no telhado da casa e prometeu se jogar, caso a polícia fosse acionada. Mas depois de horas de negociações com os policiais, decidiu se entregar -  (crédito: Fernando Lopes/CB)
O rapaz subiu no telhado da casa e prometeu se jogar, caso a polícia fosse acionada. Mas depois de horas de negociações com os policiais, decidiu se entregar - (crédito: Fernando Lopes/CB)
Pablo Giovanni
Laezia Bezerra
postado em 07/09/2023 19:17 / atualizado em 07/09/2023 21:26

Um homem foi ferido a golpes de faca, após uma discussão com o filho da namorada, na tarde desta quinta-feira (7/9), em Sobradinho I. O rapaz subiu no telhado da casa e prometeu se jogar, caso a polícia fosse acionada.

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a vítima foi levada pelo Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) para o Hospital Regional de Sobradinho, com ferimentos nas costas, braço e rosto. Padrasto do autor das facadas, Alex William de Moura Gondim, 49 anos, foi atendido na unidade de saúde e liberado. Ele foi atacado por André Leite de Morais, 49, por volta das 13h, enquanto se reuniam na casa da mãe de André.

A mãe do agressor, 66 anos, e que não quer ser identificada, levou golpes de faca nas mãos quando tentou interromper a briga, mas recusou atendimento médico. Ela preferiu ficar em casa acompanhando o filho em surto que ameaçava se matar.

Uso de medicamentos

A namorada de André, que é professora e também pediu para não ser identificada, contou ao Correio que o homem faz uso de medicamentos para ansiedade e depressão. Ela afirmou que essa foi a primeira vez que André entrou em surto e agrediu uma pessoa. "Ele é tranquilo e trabalhador, é servidor público, nunca se envolveu em confusão", frisou.

Apesar disso, de acordo com militares da PMDF, a mãe de André e o irmão dele teriam contado à polícia que, além de tomar os medicamentos, ele é dependente químico.

Segundo o tenente do 13° Batalhão da Polícia Militar, tenente Ribeiro Silva, quando a polícia chegou ao local, o homem começou a jogar pedaços de azulejos nas viaturas. Um dos carros foi atingido no teto.

Ainda de acordo com informações da PMDF, uma equipe de policiais negociaram a rendição de André por cerca de quatro horas. "Ele se entregou sem nenhum tipo de ferimento, depois de longo período de negociação da polícia especializada e foi encaminhado à 13 delegacia", destacou o oficial.

Vinícius Lessa, 42 anos, vizinho de André contou que foi pego de surpresa com a polícia e corpo de bombeiros na rua. Morador do local há apenas dois meses, na casa da sogra que é vizinha de André há 20 anos, ele estava saindo com os filhos para ir ao mercado, quando viu todo o aparato policial em frente a residência.

"Me assustei quando vi a polícia e soube da confusão bem ao lado da minha casa. Ainda bem que a polícia conseguiu agir rápido para que nada mais grave acontecesse por aqui", contou à reportagem.

Passagens pela delegacia

Dez policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia BOPE, entre eles cinco negociadores, participaram da operação para André se entregar. Ele foi levado para a 13° Delegacia de Polícia (Sobradinho) pelos policiais militares.

Após ser liberado do hospital, Alex William também foi levado até a delegacia. No local, ele não quis falar com a imprensa, mas contou aos policiais que não teria interesse em registrar boletim de ocorrência contra André.

De acordo com o delegado Hudson Maldonado, André já é conhecido na delegacia — tem cinco passagens por agredir verbalmente a filha, de 27 anos. "Em todas essas ocasiões, ele se apresentou bastante agitado e tendo ingerido álcool", destacou o delegado.

Maldonado ouviu as partes envolvidas e disse que independente da vontade das vítimas em fazer o boletim de ocorrência contra André, ele será encaminhado à Justiça. Se condenado, responderá pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, por motivo fútil e violência doméstica contra a mãe.

A pena varia de 4 a 23 anos de prisão. André está detido na delegacia e passará por audiência de custódia nesta sexta-feira (8/9).

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