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Grafiteiro egresso da prisão desenha o cerrado em parques do DF

Edmar Cosmo de Brito, 47, mais conhecido como Simpson, faz desenhos sobre fauna e flora com apoio da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso em parques urbanos do DF

Para colorir ainda mais cinco parques urbanos do Distrito Federal, o grafiteiro de Ceilândia Edmar Cosmo de Brito, 47 anos, mais conhecido como Simpson, tem feito desenhos sobre a fauna e a flora do cerrado. O artista faz o trabalho com apoio da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap) após ter saído do sistema prisional em junho deste ano.

O grafiteiro do grupo 1 Vida 2 Mundos (1V2M) desenhou flores, ipês e animais como o carcará, capivara, saruê, beija-flor, tamanduá-bandeira e a arara-azul nas paredes de banheiros e sedes de administração de parques do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que o contratou como pintor.

Os locais contemplados são o Parque Ecológico dos Jequitibás, em Sobradinho, Parque Ecológico do Gama, Parque Ecológico de Águas Claras e Parque Ecológico Asa Sul, que receberam grafites ao longo do último ano.

Edmar ainda finaliza os desenhos no Parque Ecológico do Riacho Fundo, trabalho iniciado em julho deste ano, um mês depois de ter saído do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), conhecido como Galpão, localizado no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -
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Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -
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Arquivo pessoal -
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Saiba o que é o galpão

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seape), o CPP é um estabelecimento prisional destinado ao recebimento de custodiados do regime semiaberto e que tenham realizado os benefícios legais de trabalho externo e de saídas temporárias.

O CPP tem como objetivos principais a vigilância, custódia e ressocialização do apenado do DF, por meio de ações de ressocialização, disciplina e segurança para manutenção da ordem pública e do bem estar social.

No Galpão, Simpson diz que ficou um ano e oito meses preso injustamente por tráfico de drogas ao ser detido por 0,5 grama de cocaína, que ele assegura que não eram dele. Segundo ele, forjaram o crime contra ele, que foi condenado pelo passado nesse tipo de crime.

“Eu não estava mais envolvido com o tráfico de drogas. Mesmo assim fui condenado a sete anos de prisão por meia grama que não era minha. Saí há pouco tempo e continuo trabalhando no Ibram e também faço algumas pinturas por fora”, explica.

Para ele, o grafite mostra quem ele é e não quem foi. "O meu trabalho está unindo as duas coisas e, para mim, está sendo muito bom trabalhar com desenho, porque acaba dando mais vida para os parques, como se fossem museus a céu aberto, expondo animais e plantas do cerrado como obras de arte", comentou.