Abalado, o sargento da Polícia Militar (PMDF) e pai da menina de 10 anos baleada por um agente socioeducativo contou, em detalhes, o que aconteceu ao Correio. O caso ocorreu na madrugada desta segunda-feira (21/8), na QNA de Taguatinga, e foi registrado pela Polícia Civil (PCDF) como tentativa de homicídio. A garota permanece internada no Hospital da Criança em estado grave.
O PM, que prefere ter a identidade preservada, relatou que retornava de um evento no centro da capital junto à mulher, à cunhada e às duas filhas. Todos estavam no carro. O servidor, que era o motorista, passou para deixar a cunhada em casa e buscar o carro dela.
“Paramos em frente ao Conselho Tutelar para deixá-la, por volta das 3h, 4h da madrugada. Enquanto eu desci do carro para ver como estava a rua, ela estava passando para o veículo dela. Foi quando eu vi esse doido atirando, chamando a gente de vagabundo. Foram três tiros. Mandei minhas filhas e minha esposa abaixarem. Ele quase descarregou a pistola em mim. Saí arrancando com o carro. E quando minha cunhada saiu acelerando, ele sapecou o carro dela de balas”, relatou.
No caminho, a filha mais nova, de 10 anos, se queixou sobre dores na barriga, mas a família não imaginava que a garota havia sido atingida por um dos disparos. “Paramos no centro de Ceilândia, eu disse que precisava olhar. Quando virei para ela, vi a mancha de sangue. Na hora, fiquei desesperado. Retornei e fomos direto para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC)”, explicou o sargento.
A menina entrou para a sala de cirurgia por volta das 8h, pois, segundo o pai, não havia médicos. A garota foi transferida posteriormente ao Hospital da Criança. “Isso é muito revoltante. Minha filha não merecia isso. Só tem 10 anos. Estou desnorteado, desorientado”, desabafou o PM. A reportagem tenta contato com o agente socioeducativo, mas não obteve retorno até a última atualização dessa reportagem.