A Procuradoria-Geral da República (PGR) arrolou o governador Ibaneis Rocha (MDB) como testemunha na denúncia apresentada contra sete oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ao Supremo Tribunal Federal (PMDF). O chefe do Executivo local não foi denunciado.
Na denúncia assinada pelo coordenador do Grupo Estratégico dos Atos Antidemocráticos da PGR, Carlos Frederico Santos, outras pessoas foram colocadas no rol de testemunhas. Além de Ibaneis, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha; o ex-interventor federal de segurança do DF, Ricardo Cappelli; o diretor da Polícia Legislativa da Câmara, Paul Pierre Deeter; e o secretário de Segurança Institucional do STF, Marcelo Canizares Schettini Seabra; também foram arroladas.
Efetivo
No documento enviado pedindo a condenação dos sete oficiais, Ibaneis relatou que entrou em contato pessoalmente e diretamente com o então comandante-geral, coronel Fábio Augusto, determinando o emprego total do efetivo da PMDF para a contenção dos ataques.
O chefe do Executivo local ouviu de Fábio que ele estava no teatro de operações e, para tentar acalmar o governador, afirmou que detinha “todos os poderes para tomar as providências necessárias para garantir a segurança naquela manifestação”.
No caso de Cappelli, a PGR citou trechos do relatório de intervenção do ex-interventor, com a apuração de que o Departamento de Operações (DOP) da PMDF empregaria tropas especializadas para os atos de 8 de janeiro, conforme também pré-estabelecido na reunião em que se deu a formulação do Protocolo de Ações Integradas (PAI), de 6 de janeiro.
Operação
A operação da PF, na manhã desta sexta-feira (18/8), mirou policiais militares que atuavam na linha de frente nos atos de 8 de janeiro. A denúncia, apresentada na quarta-feira (16/8) pediu a prisão dos coronéis Klepter Rosa, Marcelo Casimiro, Paulo José, Fábio Augusto e do tenente Rafael Pereira Martins. Todos foram cumpridos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também manteve a prisão do coronel Jorge Eduardo Naime e do major Flávio Silvestre de Alencar. Todos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.
Como Klepter também foi afastado judicialmente, após a decisão que expediu o seu mandado de prisão, o novo escolhido por Ibaneis para o cargo é o coronel Adão Teixeira de Macedo. Ele era subcomandante-geral da corporação desde fevereiro.
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