A Procuradoria-Geral da República (PGR) criticou a atuação da Polícia Militar (PMDF) na ausência de prisões contra os acusados de praticar atos de vandalismo em 12 de dezembro do ano passado, no centro da capital da República. Na ocasião, manifestantes atearam fogo em um ônibus, em carros e depredaram o patrimônio público. As cenas aterrorizantes foram acompanhadas por profissionais das forças de segurança, mas ninguém foi preso.
Conforme consta na denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PGR afirmou que, embora presente no local, “a Polícia Militar não prendeu ninguém entre os indivíduos que destruíram bens públicos e privados e tentaram depredar o edifício-sede da Polícia Federal”. O alvoroço ocorreu logo após a PF prender o cacique Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro, após pedido da PGR e de Alexandre de Moraes, ministro do STF. O cacique faz parte do grupo de indígenas que invadiu a sala de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília em 2 de dezembro de 2022.
“Entretanto, diante do saldo de dois ônibus e cinco veículos incendiados, além de um rastro de destruição, ninguém foi preso pela PMDF. Nesse quadro, a SSP teria convocado uma reunião de urgência, para questionar os comandantes”, destacou a PGR. Na reunião estiveram presentes o coronel Fábio Augusto Vieira, comandante-geral da PMDF na época, e o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, o então chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF — ambos foram presos nesta sexta-feira (18/8) pela PF. Ao serem questionados sobre a ausência de prisões dos vândalos, Fábio disse que foi a “inércia que restabeleceu a ordem e salvou vidas. Casimiro, portanto, argumentou que “fazer prisões não é fácil”.
Mensagens
Apesar das justificativas dadas pelos dois coronéis, a PGR sustentou que, mensagens enviadas por Casimiro e por Jorge Eduardo Naime, ex-comandante do Departamento de Operações da PMDF, a Fábio Augusto, indicavam que a corporação teve claras oportunidades de efetuar a prisão em flagrante dos autores dos fatos. “Em momento preliminar, concomitantemente aos ataques, Marcelo Casimiro revelou que a Polícia Militar havia produzido informações de que os ônibus com os insurgentes partiram do acampamento em frente ao QG do Exército, em direção à sede da PF.”
Ainda com base na denúncia, Fábio Augusto, Naime e Casimiro tinham conhecimento de que o acampamento no Setor Militar Urbano concentrava extremistas e que ali era um ponto de organização para a prática de atos antidemocráticos voltados a garantir a permanência do ex-presidente no poder.
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