Em uma troca de mensagens com oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), o major Flávio Silvestre de Alencar respondeu a um colega que dizia que Bolsonaro não iria concorrer à próxima eleição. O major, que era responsável pela Esplanada dos Ministérios, respondeu que “vai vencer (o) que Sistema quiser”, e que era “ilusão acreditar em eleições limpas”. As mensagens foram enviadas em 1° de janeiro e encontradas pela Polícia Federal ao apreender o celular do tenente Rafael Pereira Martins.
- GDF diz que recebeu decisão contra cúpula da PMDF com "acato e respeito"
- "Não escolhi novo comandante", diz Ibaneis após prisão de cúpula da PMDF
O oficial está preso há mais de 80 dias, após ser alvo de uma operação da PF. Durante os atos de 8 de janeiro, ele era responsável por toda a área da Esplanada dos Ministérios, após a folga do coronel Marcelo Casimiro. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), Alencar também falou sobre uma mensagem encontrada pela PF, no mesmo grupo, em que diz: “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”.
“Era um grupo de amigos. Outro ponto: aquela mensagem foi postada no dia 20 de dezembro. Em nenhum momento, a mensagem foi dita para questionar as eleições, urnas eletrônicas. O comentário era uma brincadeira. Ao final, as mídias jornalísticas não retrataram veridicamente, porque embaixo tinha um ‘kkkk’. A discussão era sobre o Fundo Constitucional, e todos nós sabemos que o Fundo é importante para o DF”, disse.
O oficial já foi preso duas vezes pela PF, na operação Lesa Pátria, em decorrência dos desdobramentos dos atos golpistas. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), junto com outros oficiais, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.