A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) rejeitou o pedido da defesa e manteve a condenação do personal trainer Henrique Paulo Sampaio Costa. Ele é acusado de ter agredido o síndico Wahby Abdel Karim Khalil, em Águas Claras, em março do ano passado.
Em março de 2023, o personal foi condenado a dois anos, nove meses e 10 dias de reclusão em regime aberto, além do pagamento de indenização no valor de R$ 5 mil. Ao analisar o pedido de revisão da sentença, que foi solicitado por ambas as partes, o desembargador Esdras Neves entendeu que todas as decisões da instância anterior merecem ser mantidas.
O magistrado ainda reiterou que, na apresentação da denúncia por parte do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o documento deixa esclarecido que a indenização seria de valor mínimo — R$ 5 mil. Nas fases do processo o valor teria sido reforçado pelo MP e por Khalil.
“A vítima foi lesionada no condomínio em que mora e é síndico. Ademais, a lesão resultou em procedimentos cirúrgicos, tanto de extração de dente, quanto de drenagem de hematoma, ficando a vítima internada por aproximadamente 10 dias. Logo, não há como afastar a indenização, como pretende a defesa”, frisou o desembargador.
O voto de Esdras foi acompanhado pelas desembargadoras Leila Arlanch e Gislene Pinheira, na última quinta-feira (10/8).
Relembre o caso
O síndico Wahby Khalil, 42 anos, foi agredido a socos pelo personal trainer Henrique Paulo Sampaio Campos ao chamar a atenção do professor pelo incômodo causado por um saco de pancadas instalado em uma academia de um condomínio de Águas Claras. Em vídeo gravado pelo circuito de segurança do local, é possível ver o momento da agressão. A 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) ficou responsável por investigar o caso.
Em vídeo enviado ao Correio, no dia 19 de março do ano passado, Khalil comentou o episódio. “Eu tenho falado que a maior dor que estou sentindo não é nem a dor física, a dor de saber que estou machucado pela queda, pelo murro, mas é a dor de saber que alguém que estava muito próximo a mim poderia ter me matado em um segundo”, disse o jornalista.
“O mais doído foi ver nas imagens a covardia. Ver que eu já estava caído no chão, precisando de ajuda, e, mesmo assim, a pessoa continuou ali desdenhando, falando, em vez de me ajudar. Aqueles segundos poderiam ser cruciais na minha vida. Isso é o mais doído e o mais cruel", afirmou, depois de ver as imagens do circuito de segurança. Veja o vídeo da agressão.