HOMENAGEM

Profissionais da comunicação homenageiam Dad Squarisi

Durante o velório da jornalista, nesta sexta-feira (11/8), no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, muitos profissionais da comunicação foram se despedir da amiga e colega que tanto os inspiraram ao longo de sua trajetória

Aqueles que tiveram o prazer de trabalhar com a jornalista, escritora e professora Dad Squarisi puderam ver de perto seu amor pela língua portuguesa. Há cerca de 30 anos, foi convidada pelo então diretor de Redação do Correio Braziliense, Ricardo Noblat, para ser revisora da primeira página do jornal. Sua destreza era tamanha que a então revisora tinha passe livre para mudar as chamadas da capa de forma a garantir o melhor entendimento do leitor.

Durante o velório da jornalista nesta sexta-feira (11/8), na capela 5 do Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, diversos profissionais da comunicação foram dar o último adeus à colega de profissão. Ao Correio, eles relatarem como foi ter o privilégio de conhecer Dad e o legado que ela deixa para o Brasil e para Brasília. 


Para Ricardo Noblat, Dad será lembrada por sua brandura, elegância e moderação, assim como a disciplina, o rigor e a vontade férrea de combater textos mal escritos. “Convidei a Dad ao Correio, porque havia um leitor que enviava cartas apontando todos os erros de português de cada edição. Então, me chegou a Dad Squarisi e apaixonei-me por ela, e ela pela chance de tornar-se jornalista. Em pouco tempo, passou à condição de revisora dos textos da primeira página e seguiu carreira. Foi uma pessoa tão incrível, que nos deixa agora impactados com sua partida”, disse Noblat.

Uma referência para todos

O presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Hélio Doyle, observou que uma das principais características da jornalista era tratar todas as pessoas da mesma forma. “Fosse quem fosse, o tratamento dela era cortês, atencioso”, contou. Hélio trabalhou com Dad no Correio e revela que, após sair do jornal, manteve contato muito próximo com Dad. “Uma amiga muito boa, tanto do ponto de vista profissional como pessoalmente. Era uma pessoa de trato ótimo, respeitosa. Em resumo, eu gostava muito dela”, ressaltou.

Hélio reforçou que os ensinamentos da língua portuguesa que Dad transmitiu vão continuar por muitas gerações. “Ela ensinou primeiro como professora, e, depois, pelas inúmeras publicações que fez, no jornal e nos livros que ela escreveu”, observou. Hélio relembra que, quando escrevia um texto e alguém fazia uma contestação, ele dizia que estava certo, pois foi a Dad havia explicado em sua coluna. “Funcionava como uma argumentação. Eu falava: 'não, isso está certo porque a Dad disse'. Então, ela virou uma referência para todos”, revelou Doyle.

Para a jornalista Mônica Nóbrega, foi um privilégio ter realizado projetos com a colega e amiga. "A Dad era uma pessoa que Brasília admirava no âmbito pessoal e profissional. Ela era um ser humano que valia a pena conhecer", avalia. A jornalista lembra que conviver com Dad foi aprender algo novo todo tempo. "Aprendi com ela sobre simplicidade, segurança, delicadeza e, especialmente, do que é aceitar um momento difícil. Eu escrevi que espero que ela mande o endereço da eternidade para nós nos encontrarmos depois”, finalizou.

Legado

Rudolfo Lago, do Correio da Manhã, afirmou que Dad sempre representou a certeza de que há algo de lindo e valioso no país. “Ela adotou de tal forma sua nova patriazinha que não havia brasileiro aqui nascido que conhecesse mais do que ela a língua portuguesa, que passou a adotar e a ensinar com rara maestria. Aprendi com Dad a escrever e me expressar melhor na minha língua natal”, disse o jornalista.

Amigo da época da Universidade de Brasília (UnB), Aldo Paviani, enviava seus artigos para publicar no Correio Braziliense. “Uma pessoa muito cordial, tudo que eu mandava ele sempre publicava e agradecia. A Dad sempre colocava minhas colunas na segunda-feira. E perguntei porque eu era o lobo na segunda-feira", lembrou. Paviani, que é professor emérito da UnB, conta que a jornalista era uma pessoa querida por todos. “Era sempre muito agradável conversar com ela. O legado dela vai continuar por muitos e muitos anos”, destacou.

Verene Wolke contou que conheceu Dad em 1998, quando veio de Porto Alegre para a capital federal para trabalhar no Correio. “Ela sempre se mostrou, além de profissional brilhante e uma pessoa super competente, uma grande professora de português. Foi uma amiga muito calorosa e dedicada ao trabalho. Tenho lembranças muito boas dela”, disse. “Na minha mesa, onde trabalho, tenho os manuais de redação da Dad, que são os do Correio. Quando vou escrever um texto, eu sempre os consulto”,  completou.

Minervino Júnior/CB/D.A.Press -
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Fotos: Minervino Júnior/CB/D.A.Press -

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