O ex-secretário da Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, rebateu o ex-superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro Almeida. Em depoimento à PF, Almada disse que Torres pediu uma operação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas blitzes no segundo turno das eleições, de 2022. O ex-ministro disse que não determinou ação em nenhuma cidade do estado.
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À Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), Torres disse que esteve em uma reunião com Almada em Salvador, a convite do diretor-geral da PF. Durante a reunião, eles também teriam conversado sobre as eleições. “Ele fez uma reclamação de que a Bahia é muito grande e ele não conseguiria atender ao estado inteiro, com a PF. A sugestão que fizemos a ele, caso ele não conseguisse atender, pelo menos conversasse com a PRF para que eles pudessem atender visando uma maior capilaridade das forças federais no estado. Só isso”, disse, em resposta ao deputado distrital Fábio Felix (PSol).
Torres complementou que a visita foi à PF e que não esteve com ninguém da PRF na Bahia. Ele rechaçou a declaração de Almada por mais uma vez, dizendo que “não conhece a Bahia”, e que mesmo se conhecesse, não determinaria ação em nenhuma cidade. Na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, a senadora e relatora Eliziane Gama (PSD-MA) vai pedir uma acareação entre o ex-ministro e o ex-superintendente.
Depoimento
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres é ouvido nesta quinta-feira (10/8), desde as 10h, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). Torres foi preso em 14 de janeiro e ficou 117 dias detido. Foi solto em 11 de maio, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Existia um clima de incerteza sobre o comparecimento ou não do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), mas a defesa confirmou a presença dele na sessão da CPI desta quinta (10/8), principalmente após a performance positiva de Torres no depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, do Congresso Nacional. Antes do tão aguardado depoimento, Torres deixou de ir à CPI da CLDF uma vez, em março. Na época, Moraes ressaltou que cabia ao próprio ex-secretário escolher se deveria ou não comparecer.
Para convencê-lo, os distritais chegaram a propor uma sessão secreta, para que fosse evitada a exposição, principalmente porque Torres se queixava a interlocutores de que não queria que as três filhas o vissem na condição de preso. O período também ficou marcado por Torres tentar se desvencilhar de Bolsonaro, trocando de advogado, que, à época, também era do próprio ex-presidente.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel