“Sempre tive atuação técnica”. Foi assim que Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal descreveu sua atuação durante o 8 de janeiro, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, realizada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Durante sua fala, o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro detalhou as ações e estratégias adotadas pela segurança pública no dia em que ocorreram as invasões e depredações do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.
O ex-secretário iniciou sua fala com um panorama geral sobre sua trajetória profissional, explicando as medidas tomadas para garantir a segurança dos manifestantes e a preservação da ordem pública. Ele destacou que as operações foram planejadas com base em informações de inteligência que não apontavam para a possibilidade de confrontos e atos violentos. “Todas as informações que recebi indicavam que tudo estava transcorrendo normalmente.”, esclareceu.
Torres também relembrou diversos episódios anteriores ao 8 de janeiro, que também atentaram contra prédios públicos na capital, com a depredação ao prédio da Polícia Federal (PF), no dia 12 de dezembro. "Agimos com todo o rigor e em poucos dias os responsáveis foram presos, numa operação conjunta entre a PF e PCDF", disse.
Torres reforçou compromisso com as atribuições do cargo e ressaltou a contribuição posterior com as investigações sobre o episódio. “Desde que fui preso nunca deixei de contribuir com a justiça. Sigo disposto a cooperar para que os repugnantes fatos do dia 8 sejam esclarecidos”, reiterou.
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A CPI
Torres chegou à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) por volta das 10h, acompanhado de seu advogado Eumar Novack. Ele segue prestando esclarecimentos por toda a manhã, porém com limite de permanência devido às restrições de circulação impostas pela tornozeleira eletrônica, monitoramento determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele pudesse deixar a prisão.
O ex-titular da secretaria de segurança pública do DF ficou preso por cerca de quatro meses, acusado de uma suposta omissão diante dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, que resultaram na invasão de prédios públicos na Praça dos Três Poderes. Ele conseguiu, em maio, o direito de responder em liberdade, porém ainda deve usar o dispositivo no tornozelo e, por isso, deve estar em casa após as 22h e não pode deixar o DF.
* Estagiário sob a supervisão de Adriana Bernardes