Crime

Homem comete injúria racial contra funcionária de condomínio, na Asa Norte

Funcionária alegou que o homem a chamou de "Chica da Silva" e disse querer "brincar com sua filha" para que ela "se livrasse de um problema"

Um homem, 37 anos, foi preso na última segunda-feira (31/7) pelo crime de injúria racial após ofender a funcionária do prédio onde mora, o condomínio Park Ville, na Asa Norte. A vítima, Helena Abadia, 44 anos, alegou ser chamada de "Chica da Silva" reiteradamente pelo acusado, Marcus de Araujo Junior, 37 anos, que chegou a pedir a ela que levasse a filha ao trabalho para que ele pudesse "brincar com ela". O acusado foi solto após audiência de custódia.

Uma equipe da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) foi acionada e levou o suspeito para a 5ª Delegacia de Polícia, na região central. Ali, o homem recebeu uma nota de culpa e, posteriormente, foi transferido para a custódia da PCDF.

De acordo com a vítima, o acusado começou as ofensas entregando um cartaz a ela onde se lia "morte a todos os judeus e seus seguidores". "Me senti injustiçada, vulnerável, humilhada. Nem judia eu sou. Ele não sabe nada da minha vida, nunca me deu bom dia nem boa tarde, nunca olhou no meu olho", contou Helena.

A vítima relatou ainda que o acusado chegou a perguntar se ela tinha uma filha e disse para levar a criança ao prédio "para brincar com ele" e disse que, com isso, "ela se livraria de um problema". "Senti indignação, tristeza e medo, já que tenho filhos", disse.

O deputado distrital e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), Fábio Félix (PSol), enviou um ofício ao Secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, solicitando investigação do caso e o encaminhamento das providências cabíveis no sentido da responsabilização do agressor e de medidas protetivas à vítima, que teme por retaliação.

"O relato que ouvimos é indignante, é mais uma denúncia de racismo muito grave que chega à Comissão de Direitos Humanos. Entramos em contato com a Helena colocando a comissão à disposição para proteção e solidariedade e também oficiamos a Decrim e o Ministério Público para que tomem todas as providências. É importante que ele possa responder no rigor da lei o crime cometido", declarou Félix.

 

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