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Reposição hormonal deve ser feita no período ideal, alerta endocrinologista

A terapia hormonal, além de ser um tratamento individualizado, deve ocorrer na chamada "janela de oportunidade", a fim de potencializar os benefícios

A saúde da mulher, da menstruação à menopausa, foi tema do CB.Saúde — parceria entre Correio e TV Brasília — desta quinta-feira (3/8). Em entrevista à jornalista Sibele Negromonte, a endocrinologista Eliziane Leite, professora de Medicina da ESCS (Escola Superior de Ciências da Saúde - ESCS) e da Unieuro, esclareceu dúvidas frequentes relacionadas às fases hormonais.

No primeiro bloco, a especialista comentou sobre a menarca (primeira menstrução) estar acontecendo cada vez mais cedo, em decorrência de fatores como má alimentação e, principalmente, obesidade. Apesar disso, disse não haver uma idade ideal para o início do ciclo menstrual, desde que respeitado o período dos 9 aos 14 anos. Nos casos de puberdade precoce, que devem ser observados pelos pais, há a possibilidade de retardar a menarca, mediante medicamentos prescritos por um endocrinologista.

Já a respeito da menopausa, Eliziane Leite destacou que os sintomas do climatério, isto é, da fase de transição do período reprodutivo para o não reprodutivo, são gradativos e incluem fogachos, insônia, alterações de humor e memória fraca. “Nas mulheres que já convivem com algum transtorno mental, esses sinais podem ser mais intensos”, alertou. A menopausa, de fato, ocorre apenas quando os ciclos menstruais não acontecem por um ano.

Passar por esse período sem tantos desconfortos é ter, para a endocrinologista, a oportunidade de receber um tratamento individualizado, com o acompanhamento de um profissional sensível aos sinais relatados. Nesse contexto, a reposição hormonal é a principal indicação, visto que é benéfica para o bem-estar físico e emocional da mulher, principalmente para aquelas que sofrem com os sintomas.

Dilemas da reposição hormonal

No segundo bloco, foi abordada a associação entre a terapia hormonal e o maior risco de câncer, que a especialista confirmou ser um mito. “Os estudos que demonstraram essa relação foram feitos há duas décadas, com mulheres que foram selecionadas numa fase tardia da vida e com o uso de hormônios derivados do cavalo. Com o tempo, desenvolveram-se hormônios semelhantes àqueles fabricados pelo ovário”, explica.

Além da reposição hormonal ter de ser recomendada caso a caso, orienta-se que a mulher não espere muito tempo para iniciá-la, a fim de que os benefícios sejam mais efetivos. O ideal é começar o tratamento ainda na fase do climatério, ou, no máximo, cinco anos após a menstruação acabar, período conhecido como “janela de oportunidade”.

Por fim, Eliziane Leite apresentou o seu livro Era de gigantes: a saga de um homem predestinado, biografia em que conta a história do pai e dos cinco tios que nasceram com nanismo e a influência desse fato na escolha da sua profissão de endocrinologista. O lançamento ocorrerá dia 23/08, na Associação Médica de Brasília, às 19h.

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