Investigação

PCDF encontra R$ 40 mil nas casas de fiscais da DF Legal alvos de operação

Policiais civis cumpriram mandados no Guará, Sobradinho, Águas Claras, Taguatinga e Vicente Pires (no DF) e em Januária (MG), nas casas dos investigados

Fiscais do DF Legal recebem R$ 2 mi para não aplicar multas a empresários  -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Fiscais do DF Legal recebem R$ 2 mi para não aplicar multas a empresários  - (crédito: PCDF/Divulgação)
Darcianne Diogo
postado em 30/08/2023 16:11

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreendeu um total de R$ 40 mil nas casas dos servidores da Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do DF (DF Legal) investigados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na manhã desta quarta-feira (30/8), a Delegacia de Repressão à Corrupção, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Drcor/Decor) desencadeou a operação Olhos Vendados.

Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas cidades do DF (Guará, Sobradinho, Águas Claras, Taguatinga, Vicente Pires) e um em Januária, norte de Minas Gerais. As investigações começaram em 2021, depois que a PCDF recebeu denúncia de um dos empresários que delatou o esquema. Segundo o delegado-chefe da Drcor, Ricardo Gurgel, os servidores da DF Legal eram os responsáveis por procurar os empresários e solicitar o valor para dar andamento a processos em curso, por exemplo, ou aqueles que haviam sido autuados por alguma irregularidade de um processo administrativo.

Os servidores teriam recebido quase R$ 2 milhões em propina por meio de depósitos em dinheiro, transferências feitas por empresas e por empresários, sem qualquer justificativa lícita aparente.

As buscas têm como objetivo a consolidação e robustecimento dos elementos probatórios para conclusão do inquérito em andamento, visando sedimentar a efetiva participação de cada integrante do grupo criminoso, a eventual identificação de outros fiscais envolvidos, além da apreensão de bens e valores para ressarcimento dos cofres públicos.

Os suspeitos poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa, integrar organização criminosa e lavagem de capitais e, caso condenados, podem pegar até 30 anos de prisão. As investigações contaram com o apoio da Secretaria Executiva de Inteligência e Compliance do DF Legal e da Polícia Civil de Minas Gerais, na cidade de Januária.

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