Violência

Homem que teve ataque de fúria em centro comercial é ex-funcionário de loja

Com uma barra de ferro, ex-funcionário quebra vitrines de lojas assustando comerciantes e clientes no Gilberto Salomão. Ele é reincidente, já tinha cometido algumas ameaças e atos contra a loja, mas não tão violento. Prejuízo das lojas é estimado em R$ 80 mil.

 Ocorrência no Gilberto Salomão. -  (crédito:  Samantha Sallum/CB/D.A Press)
Ocorrência no Gilberto Salomão. - (crédito: Samantha Sallum/CB/D.A Press)
Ricardo Daehn
postado em 27/08/2023 07:35 / atualizado em 27/08/2023 07:35

Um homem, de 39 anos, foi preso depois de quebrar, com uma barra de ferro, as vitrines de duas lojas no Centro Comercial Gilberto Salomão, na QI 05, do Lago Sul. O crime ocorreu, neste sábado (26/8), por volta das 14h30. Ele acabou ferido nos braços e no rosto com os estilhaços de vidro. Não houve registro de mais feridos.

O homem, identificado como Florisbelo Monteiro dos Santos Neto, foi detido pelos seguranças do centro comercial. Logo em seguida, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) o prendeu em flagrante e o conduziu para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Quem passou no local no momento da confusão levou um susto achando que poderia ser algum assalto. A área foi isolada por algumas horas pela PM devido à grande quantidade de vidro espalhado pela calçada.

O estrondo das vitrines sendo destruídas a pancadas com a barra de ferrou amedrontou clientes e comerciantes de pontos vizinhos às lojas atingidas: a Wish e a Vorix Menswear. Muitos pensaram tratar-se de um carro desgovernado invadindo estabelecimentos. Mas, o que ocorreu foi um ataque de fúria de um ex-funcionário do proprietário da ótica Vorix.

Florisbelo é reincidente, já tinha cometido algumas ameaças e atos contra a loja, mas não tão violento. Dessa vez, terá de responder por dano qualificado (similar a violência ou grave ameaça que ocorrem em crime de roubo), cuja pena é de detenção de 6 meses a 3 anos, além de multa. O prejuízo das lojas é estimado em R$ 80 mil.

O ataque foi presenciado pelo gerente de outra loja próxima, Marcelo Rodrigues, 42 anos. "O barulho foi bem alto; ele estava quebrando a segunda vitrine, quando vi. Ele arremessou o que parecia uma mochila com algo mais pesado dentro com algo muito pesado dentro. Ensaguentado na testa e nas mãos, tirou a camisa e gritou: podem me levar, podem me prender. É a forma que eu tenho de protestar. A justiça nunca me dá razão", relata Marcelo.

Ameaças e perseguição

Segundo Voriques Oliveira, 54 anos, dono da loja atacada, o ex-funcionário, que já não trabalhava na empresa há 7 anos, já vinha fazendo ameaças. "Há três anos, vivemos uma perseguição. A Justiça fez um grande trabalho para descobrir quem era o sujeito que nos ameaçava. Ele usava pseudônimos. Demos mais importância quando as ameaças chegaram ao nosso filho. Tanto ele sofreu ameaças, quanto a mãe dele (proprietária da outra loja). Que eu saiba, existem três condenações relacionadas a problemas anteriores", contou Voriques ao Correio.

O empresário brasiliense, de destaque no segmento, diz não saber das motivações do agressor, e que buscou distanciamento do ex-funcionário. Voriques diz que inexiste processo trabalhista contra ele. "O que mais importa é que nenhum dos meus colaboradores, além da pressão psicológica, sofreu algo. Não posso mensurar o susto e o pavor que viveram. Isso tem que ser considerado. Ele (o agressor) estava munido de um objeto que eu posso tratar como uma arma branca. Ele poderia ter acertado a cabeça de alguém. Sou grato por não ter havido danos físico´´. Há 5 meses, uma outra vitrine da loja foi danificada, em horário de pouco movimento, mas a ação não foi captada pelas câmeras de segurança. O responsável pela segurança privada do centro comercial não quis dar entrevista. A reportagem tentou contato com a administração do local, que estava fechada.

Funcionárias de uma farmácia próxima às lojas atingidas, Maria Sousa, 22 anos, e Bruna Vidal, 21, levaram um grande susto. "No momento, achei que, pelo calor, o vidro tivesse estourado ou que um carro tivesse invadido o local", contou Bruna. "Na hora, os clientes ficaram assustados, e esperamos um pouco para ir ver o que tinha acontecido", explicou Maria.

"Foram estouros de dar medo mesmo. Por sorte, não tínhamos clientes por aqui. Acho que foi um caso isolado. Mas, mais segurança nunca é demais. Ficamos resguardados, na loja, na hora — achei até que o teto tivesse desabado", comentou a comerciante Érica Alves, de uma loja de roupa feminina próxima. Na 1a DP, F.M.S. não quis se pronunciar. No caso da vitrine anterior, o prejuízo foi da ordem de R$ 25 mil. Foi oferecida a possibilidade de fiança, mas, sem pagamento, ele segue detido, e, por 48 horas, caberá decisão em Audiência de Custódia.

 


  • Um homem, de 39 anos, foi preso depois de quebrar, com uma barra de ferro, as vitrines de duas lojas no Centro Comercial Gilberto Salomão, na QI 05, do Lago Sul.
    Um homem, de 39 anos, foi preso depois de quebrar, com uma barra de ferro, as vitrines de duas lojas no Centro Comercial Gilberto Salomão, na QI 05, do Lago Sul. Foto: Minervino Júnior/CB
  •  26/08/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF.  Lojas no Gilberto Salomão que foram danificadas durante um ataque de ex funcionário.
    26/08/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Lojas no Gilberto Salomão que foram danificadas durante um ataque de ex funcionário. Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  •  26/08/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil.  Brasilia - DF.  Lojas no Gilberto Salomão que foram danificadas durante um ataque de ex funcionário. Maria vitória e Bruna Vidal.
    26/08/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Lojas no Gilberto Salomão que foram danificadas durante um ataque de ex funcionário. Maria vitória e Bruna Vidal. Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  •  Ocorrência no Gilberto Salomão.
    Ocorrência no Gilberto Salomão. Foto: Samantha Sallum/CB/D.A Press
  • Prejuízo chega a R$ 80 mil. Polícia isolou a área devido à grande quantidade de vidro na calçada
    Prejuízo chega a R$ 80 mil. Polícia isolou a área devido à grande quantidade de vidro na calçada Foto: Fotos: Samantha Sallum/CB/D.A Press
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