MISTÉRIO

Família denuncia vandalismo em sepultura no Campo da Esperança

A funcionária pública Clelia Raquel Gasparotto havia enfeitado o túmulo dos pais com ipês, que foram destruídos. A administração do cemitério diz não ter registros deste fato

Filha reclama que foram retiraradosos ipês da sepultura onde estão enterrados os pais -  (crédito: Acervo pessoal)
Filha reclama que foram retiraradosos ipês da sepultura onde estão enterrados os pais - (crédito: Acervo pessoal)
Francisco Artur
postado em 25/08/2023 17:24 / atualizado em 25/08/2023 17:28

Pés de ipês amarelos foram retirados da sepultura em que os pais da funcionária pública Clelia Raquel Gasparotto estão enterrados, no cemitério Campo da Esperança. Os corpos de João Baptista Gasparotto e Astrogilda Izabel Gasparotto estão sepultados no bloco 802 C do cemitério.

Segundo Clelia, os ipês foram plantados por Astrogilda ao lado do túmulo do marido. Em 2018, a mãe dela morreu e foi sepultada no mesmo túmulo que João Baptista. Dessa forma, os ipês enfeitariam o túmulo do casal.

"No ano passado, notamos que os ipês do túmulo onde estão os meus pais foram serrados e as jardineiras foram cimentadas", disse. Ao perceber o vandalismo na vegetação da sepultura, Clelia registrou o caso com supervisores do cemitério. "Falei a respeito do corte sem autorização da árvore e da violação do túmulo, que ambos são crimes", relatou a funcionária pública.

Um ano após o registro junto à supervisão do cemitério, Clelia teve outra surpresa e se deparou, novamente, com a sepultura dos pais sem os ipês. "O ipê já estava brotando, mas foi queimado e, ao redor do túmulo, foi colocado mais cimento nas jardineiras", afirmou.

 

Sepultura onde os pais de Clelia estão enterrados era decorada com ipês
Sepultura onde os pais de Clelia estão enterrados era decorada com ipês (foto: Acervo pessoal)

Descaso com o vandalismo

Clelia reclama de descaso do cemitério. "Não obtive nenhuma resposta do Campo da Esperança. No ano passado, registrei o caso com o supervisor e, neste ano, enviei um e-mail para a administração do cemitério na semana passada, mas não tive nenhuma resposta", se queixou.

Saudade

Os ipês na vida do casal João Baptista Gasparotto e Astrogilda Izabel Gasparotto significavam alegria, poesia e carinho. "Hoje, para mim, os ipês também representam saudade", contou Clelia Raquel.

Ela enfatiza os papel dos pais na construção de Brasília. "Eles chegaram em 1961 para construir a vida aqui. Minha mãe era dona de casa e meu pai, funcionário do governo do Distrito Federal", explicou. 

Segurança no cemitério

Em nota enviada ao Correio, a assessoria de comunicação do cemitério Campo da Esperança afirmou ter estrutura para fazer a segurança do espaço. "A segurança é feita 24 horas por dia, com profissionais armados."

A administradora do cemitério, no entanto, negou o registro de quaisquer movimentações que demandassem atenção da segurança. A movimentação registrada foi, apenas, a de "profissionais autônomos contratados pelas famílias para fazerem a manutenção das sepulturas como ocorre cotidianamente."

Sobre o caso relatado por Clelia, o Jardim Esperança esclareceu que "a família proprietária do jazigo pode registrar ocorrência na administração do cemitério. A concessionária vai apurar o caso e responder em 30 dias".

 

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