A relação entre estilo de vida e fragilização emocional são objeto de estudo do projeto Unilife-M. Neste semestre, os calouros de graduação e pós-graduação da Universidade de Brasília (UnB) serão convidados a realizar avaliação psicológica periódica, ao longo dos próximos cinco anos. A professora da Faculdade de Medicina e responsável por coordenar a pesquisa na UnB, Helena Moura, é a convidada do CB Saúde — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília desta quinta-feira. à jornalista Carmen Souza, a pesquisadora falou sobre o papel do sedentarismo na fragilização da saúde mental dos brasileiros, além de explicar como a violência doméstica também é nociva à condição psicológica das vítimas.
Dos 20 países envolvidos, 11 instituições brasileiras participam da Unilife-M. “Vamos avaliar então o estilo de vida desses estudantes. A cada reavaliação eles responderão alguns testes de triagem para ver se eles têm quadro dentro dos critérios para depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e mania”, detalha a psiquiatra. Paralelamente, a pesquisa vai observar os hábitos diários desses estudantes, a fim de relacionar os comportamentos domésticos e o adoecimento mental.
Os principais fatores que influenciam a condição psicológica são o hábito de praticar exercícios físicos, alimentação saudável, dormir bem e o consumo de substâncias psicoativas como álcool, cigarro e outras drogas. Helena também destaca as consequências da tecnologia. “O tempo de tela cada vez maior, o uso excessivo de mídias sociais cada vez mais nós temos percebido que também é um fator de aumento dos sintomas de ansiedade e depressão. São uma série de fatores que nós temos que tomar cuidado e claro que isso também pode diferir de um país para o outro”, discorre.
Ao analisar o cenário brasileiro, fases iniciais dessa iniciativa mostram que quanto mais vulnerável socialmente uma pessoa maior é o risco em desenvolver ansiedade e depressão, considerando características como sexualidade, gênero, raça e realidade econômica. No caso de vítimas de violência doméstica, a professora cita que “a questão de discriminação é também relacionada a gênero. Em países que têm mais violência contra mulher, essas mulheres também têm uma chance maior de adoecimento, assim como os filhos dessas mulheres”.
Texto de João Carlos Silva*
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado
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