A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF), aprovou, nesta quinta-feira (23/8), a convocação do hacker Walter Delgatti Neto, preso pela Polícia Federal por ter invadido redes de computadores de órgãos públicos.
Delgatti já foi ouvido na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, do Congresso Nacional. Lá, ele foi ouvido e detalhou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) atuava como mediadora dos interesses do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com Walter, a parlamentar mandou ele invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e fez a ponte entre conversas com Bolsonaro.
Na CPI do DF, ele será ouvido como testemunha, e quem depõe nesta qualidade se compromete a responder às perguntas formuladas e a falar a verdade. A data do depoimento ainda não foi definida pelos distritais. O requerimento é de autoria do deputado Gabriel Magno (PT).
Mauro Cid
O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, é ouvido, na manhã desta quinta-feira (24/8), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). Cid está preso desde 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília.
Cid é ouvido na condição de testemunha pelos distritais, e a expectativa dos distritais é de que o militar conte o que sabe, principalmente após a mudança de advogado. Quem depõe nesta qualidade de testemunha se compromete a responder às perguntas formuladas e a falar a verdade.
Antes de depor à CPI do 8 janeiro da CLDF, Cid prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional, onde permaneceu calado, não respondendo nenhuma pergunta — o militar se recusou a informar até a sua própria idade.
O depoimento de Cid é tratado com otimismo pelos distritais, principalmente após as recentes declarações da nova defesa dele, o criminalista Cezar Bitencourt, dizendo que Cid iria “dedurar” o ex-presidente da República — mesmo que depois tenha voltado atrás. Será a primeira vez em que o militar aparecerá a público após essa repercussão.
O tenente-coronel está envolvido em várias investigações da Polícia Federal, como as joias sauditas, falsificação dos cartões de vacinação e o plano golpista para anular o resultado das eleições de 2022. O esquema de venda de objetos dado por autoridades ao então presidente teria começado ainda em janeiro deste ano, pouco dias após Bolsonaro chegar nos Estados Unidos (EUA).
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