Estelionato

Golpe com bolinhas de gude: idosos são vítimas no Distrito Federal

Falsos mecânicos jogavam bolinhas de gude embaixo de veículo para motoristas pensarem que carro está com defeito. Casal de idosos teve prejuízo de R$ 4,2 mil

Toyota Corolla Xei 2.0 preto usado para aplicar golpe das bolinhas de gude, no DF -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Toyota Corolla Xei 2.0 preto usado para aplicar golpe das bolinhas de gude, no DF - (crédito: PCDF/Divulgação)
Pedro Marra
postado em 23/08/2023 21:19

Um grupo acusado de aplicar um golpe com bolinhas de gude em motoristas idosos na Octogonal é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O primeiro caso que chegou às autoridades aconteceu em 14 de agosto. O golpe foi aplicado contra um casal de idosos perto do Terraço Shopping.

Segundo a 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro Velho), o crime ocorre quando os homens jogam as bolas de vidro na pista para alegar às vítimas que o carro apresentou falhas no funcionamento. Em seguida, os donos dos veículos param e tentam saber o que houve. Neste momento, os suspeitos abordam as vítimas, cobrando pelo conserto do suposto problema.

Os policiais localizaram um dos suspeitos, que foi encaminhado para a 3ª Delegacia de Polícia, no Cruzeiro. Como não houve flagrante, ele não ficou detido. Com o suspeito, os agentes encontraram um saco de bolas de gude, que foi apreendido junto com um Toyota Corolla Xei 2.0 preto.

Em depoimento, Luiz Fernando Machado Maluf, 63 anos, argumentou que o comparsa — que é seu enteado— estava com ele em um Toyota Corolla preto na tarde de 14 de agosto, perto do Terraço Shopping, em busca de uma vítima. Segundo ele, quando o enteado viu um Honda Accord LX, jogou bolinhas de gude no chão para simular um barulho de defeito no automóvel.

Prejuízo de R$ 4,2 mil

Após pedir para o motorista parar o carro, o parceiro no crime foi conversar com o condutor do Acoord, de 70 anos. Ele avisou ao idoso que o carro estava com problemas e se passou por mecânico ao oferecer ajuda para consertar o problema. Em seguida, a vítima abriu o capô do veículo e o golpista tirou a tampa do óleo, que estava em boas condições. Mas o autor mostrou uma tampa de óleo quebrada, que ele leva para aplicar os golpes, e a vítima acreditou na falha.

Para consertar o veículo, o golpista apresentou uma nota de pedido com o serviço descrito no valor de R$ 4,2 mil para comprar peças e justificar a mão de obra. O autor disse à Polícia Civil que limpou a tampa de óleo original e reinstalou a suposta nova peça no carro do idoso.

Como a vítima não usava Pix, ligou para a esposa, 68, que estava no shopping. Ela foi até o local e fez o pagamento do valor informado. O dinheiro foi para a conta de um terceiro suspeito.

À 3ª DP, Luiz Fernando confessou que aplica esse golpe em vários estados. Em 17 de agosto, após localizar Luiz Fernando no Hotel Valadares, no Núcleo Bandeirante, ele confessou que costuma ficar hospedado em hotéis enquanto aplica golpes no DF. O suspeito é morador de Macaé, município do Rio de Janeiro.

No depoimento, ele informou que o comparsa que estava junto quando foi aplicado o golpe contra o casal fugiu para a Bahia na manhã do mesmo dia. Depois que os suspeitos foram identificados e um acusado explicou como funcionava o crime, apareceram mais quatro vítimas que relataram o golpe à Polícia Civil.

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