A covid- 19 não é mais um emergência global, mas o vírus ainda circula e pessoas podem ser contaminadas, mesmo que em menores proporções. Depois de uma pandemia que parou o mundo, é importante que se mantenham os hábitos de prevenção, como, por exemplo, lavar as mãos com frequência, usar álcool em gel e máscara.
Uma nova variante, ainda sem nome oficial, vem preocupando os cientistas ingleses, que orientaram que a população retorne a usar máscaras, por conta da nova mutação da covid-19. Procurada pela reportagem, a Secretaria de Saúde (SES-DF) afirma que, até o momento, no Distrito Federal, não foi observado aumento no número de casos de síndrome respiratória aguda grave por covid-19, nem de casos leves. "A pasta reforça que a etiqueta respiratória, assim como a lavagem de mãos, é uma das mais importantes formas de se prevenir qualquer doença de transmissão respiratória", completa.
A pasta orienta que os cuidados devem ser mantidos. “Por ser uma nova variante, há a necessidade de se manter uma vigilância ativa, com a coleta dos exames conforme orientação do Ministério da Saúde, a fim de se detectar precocemente qualquer mudança em nosso cenário epidemiológico. A SES reforça que a etiqueta respiratória (uso de máscara e álcool em gel), assim como a lavagem de mãos, são as mais importantes formas de prevenir qualquer doença de transmissão respiratória", enfatiza.
De acordo o último boletim epidemiológico emitido pela pasta, de 6 a 12 de agosto foram registrados nove óbitos causados por covid-19, no DF. Desde do início da pandemia, perderam a vida na capital federal 11.871 pessoas.
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Hábitos
A dentista Lisiane Fernandes de Oliveira, de 46 anos, moradora da Asa Norte, reconhece que muita gente se cansou tanto do isolamento social, quanto da prática de medidas de higiene. Mas ela continuou com o hábito da máscara, uma forma de proteger a si mesma, os pais idosos e os pacientes. “Limpo todas as compras, verduras e outros itens com álcool 70% para guardar”, conta. “Usava algumas medidas de proteção antes e a covid me trouxe esse ensinamento, de adotar constantemente a máscara e o álcool. Não vejo incômodo algum em manter as medidas e os cuidados com a nossa saúde e a das demais pessoas”, observa a dentista.
Dona Estelita Lete Conceição, 59, e o esposo Mário de Jesus Magalhães Conceição, 64, continuaram usando máscara, mesmo quando o período crítico da covid-19 passou. O casal não deixou de lado nenhuma das medidas de higiene adotadas durante o auge da doença, principalmente em lugares com grande aglomeração de pessoas, como igrejas, supermercados e festas. “Continuamos com os hábitos, pois essa é a forma correta de nos defendermos. Tem muita gente que não se protege e acaba pegando a doença de novo. Eu tiro toda a roupa quando chego da rua, tomo banho, limpo tudo, uso a máscara e o álcool em gel. Continuei mantendo os mesmo hábitos”, revela. "Na paróquia que frequentamos, muita gente espirra, tosse perto dos outros, e acaba transmitindo alguma virose”, relata Estelita.
Cenário
A médica infectologista do Centro Especializado em doenças infecciosas do SES- DF, Joana D’arc Gonçalves explica que, atualmente, o cenário é bem diferente. Estimativas recentes, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sugerem que a hospitalização é necessária em cerca de 3% das pessoas com covid-19.
Para a especialista, isso se deve à imunização, a alterações no vírus (especialmente as variantes Ômicron) e à disponibilidade de tratamentos médicos direcionados. "No passado, era em torno de 15%. Portanto, o risco de adoecimento é bem menor. Mesmo com as novas variantes, a classificação foi de baixo risco para a saúde pública em nível global, sem modificação no padrão de gravidade", analisa. "É uma boa notícia, mas precisamos manter certo grau de atenção com relação aos cuidados gerais de prevenção contra doenças infecciosas de transmissão respiratória”, alerta.
Joana destaca que manter o calendário de vacina atualizado com as doses de reforço indicadas é fundamental. “Aqueles que têm maior risco de adoecimento devem manter o uso de máscaras em locais fechados, com baixa ventilação e aglomeração. Fazer a testagem em casos de sintomas gripais e evitar circular”, recomenda.
Reportagem: Laezia Bezerra e Mariana Saraiva
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