A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pedirá o compartilhamento das provas produzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia apresentada pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico Santos, além da prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 90 dias.
Conforme contou o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), ao Correio, ontem, os distritais já estavam convictos de que era necessária a ampliação dos trabalhos da CPI, mas o desejo se intensificou com a prisão da alta cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), nesta sexta-feira (18/8). “Nós vamos requerer a investigação do Ministério Público Federal (MPF), e também vamos prorrogar a CPI por 90 dias. Isso depende da assinatura da maioria dos deputados, na próxima reunião, na quinta-feira (24/8) que vem”, disse o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT).
Os próximos depoimentos são considerados importantes pelos distritais. Na próxima quinta-feira (24/8), os parlamentares vão ouvir o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid. O militar está preso desde 3 de maio, envolvido em supostas fraudes no cartão de vacina do seu ex-chefe.
O nome de Cid ainda está atrelado a um esquema internacional de venda de joias e outros presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante o mandato. Existe, ainda, um requerimento a ser votado pedindo a convocação do hacker Walter Delgatti Neto, que presta depoimento nesta quinta à CPMI do Congresso Nacional.
Em 31 de agosto, está previsto para serem ouvido o indígena José Acácio Serere Xavante e o bolsonarista preso Armando Valentin Settin Lopes, 46 anos.
Operação
A operação da PF, na manhã desta sexta (18/8), mirou policiais militares que atuavam na linha de frente nos atos de 8 de janeiro. A denúncia, apresentada pela PGR na quarta-feira (16/8) pedia a prisão dos coronéis Klepter Rosa, Marcelo Casimiro, Paulo José, Fábio Augusto e do tenente Rafael Pereira Martins.
Além disso, Moraes também manteve a prisão do coronel Jorge Eduardo Naime e do major Flávio Silvestre de Alencar. Todos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.
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