Integrantes da operação da Polícia Federal que apuram o envolvimento do alto comando da Polícia Militar do DF (PMDF) nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro disseram à reportagem do Correio que já sabem que encontrarão mensagens comprometedoras nos aparelhos celulares de policiais militares que integravam a cúpula da corporação. Em especial, o do ex-subchefe do Departamento de Operações (DOP), Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra.
Agentes revelaram que acreditam que o coronel tenha apagado troca de mensagens sobre o 8 de janeiro, mas que, possivelmente, o material possa ser resgatado. Como Paulo José não havia sido alvo de nenhuma operação da PF desde o início das investigações, o trabalho no aparelho celular do oficial começará do zero.
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Há elementos que agentes já dão como certos de serem encontrados, como a tentativa de Paulo José de culpar o governador Ibaneis Rocha (MDB) da abertura da Esplanada dos Ministérios aos manifestantes. Em depoimento a CPI, outro alvo da operação, o coronel Marcelo Casimiro, culpou Paulo José pela abertura da via.
Paulo José já é apontado em outro relatório da PF como omisso por não ter planejado a atuação da PMDF no final de semana do 8 de janeiro. Ele foi preso na manhã desta sexta-feira (18/8), em Taguatinga, e também foi alvo de busca e apreensão.
Operação
A operação da PF, na manhã desta sexta (18/8) mirou policiais militares que atuavam na linha de frente nos atos de 8 de janeiro. A denúncia, apresentada na quarta-feira (16/8) pedia a prisão dos coronéis Klepter Rosa, Marcelo Casimiro, Paulo José, Fábio Augusto e do tenente Rafael Pereira Martins.
Além disso, Moraes também manteve a prisão do coronel Jorge Eduardo Naime e do major Flávio Silvestre de Alencar. Todos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM.
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