Entrevista/ Carolina Melo | médica

"Saúde vascular não depende da idade", ressalta especialista

Ao CB.Saúde, cirurgiã destaca importância da preocupação com o sistema circulatório, detalha as características da trombose, dá orientações para as pessoas manterem a saúde de veias e artérias e alerta para os "chips da beleza"

  17/08/2023 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Brasilia - DF.  CB.Saúde entrevista Carolina Melo, cirurgiã vascular. -  (crédito:  Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
17/08/2023 Crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press. Brasilia - DF. CB.Saúde entrevista Carolina Melo, cirurgiã vascular. - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
Correio Braziliense
postado em 18/08/2023 05:23 / atualizado em 18/08/2023 05:23

Ficar sempre atento para com a saúde do sistema circulatório vai além de uma preocupação estética. Obstruções no transporte sanguíneo são um grande fator para o desenvolvimento de trombose, problema que tem sido intensificado pelo estilo de vida sedentário e o abuso de substâncias nocivas por parte da população. Em entrevista à jornalista Carmen Souza no CB. Saúde — programa realizado por meio de parceria entre o Correio e a TV Brasília —, a cirurgiã vascular Carolina Melo deu orientações sobre as maneiras mais práticas de cuidar de veias e artérias.

Carolina explicou que a trombose arterial, que acomete as artérias (responsáveis pelo transporte do sangue que parte do coração em direção aos pés), é causada, entre outros fatores, pelo cigarro, por hipertensão arterial não controlada, pela diabetes e pelo alto nível de colesterol. Também é o tipo mais fácil de tratar. Já a trombose venosa, que acomete as veias, é mais frequente e não costuma provocar amputação. "O entupimento das veias que levam o sangue do pé em direção ao coração provoca inchaço e dor na perna. Essa é a trombose venosa, que tem relação com a genética e com viagens de duração superior a seis horas", informou.

 

"Chips da beleza"

A Sociedade Brasileira de Angiologia tem registrado cerca de 180 mil novos casos de trombose por ano. A especialista avalia que, além desses fatores e de sequelas da covid, o aumento de casos também tem sido provocado pela  aplicação indiscriminada de hormônios, como os presentes nos "chips da beleza".

Segundo a médica, "as pessoas colocam os chips para tentar melhorar a massa muscular, mas têm de enfrentar consequências. E a trombose venosa acarretada por esses procedimentos tem sido cada vez mais observada nos consultórios".

Também, os cigarros eletrônicos repetem os prejuízos para a saúde vascular e provocam tanto a trombose arterial quanto a venosa. "Mas, nesses casos, o problema da trombose arterial não vai aparecer agora, e sim a longo prazo", afirmou. 

Prevenção

Para contornar os maus hábitos consequentes da rotina de trabalho, Carolina orienta a todos que movimentem bem as pernas e os pés durante o tempo em que ficarem sentados. Também ressalta a necessidade de fazerem pequenas caminhadas e se hidratarem. "Sempre que possível, as pessoas devem fazer alguma atividade física. A panturrilha é uma bomba muscular que ajuda a ejetar o sangue e o impede de ficar parado. Então a pessoa que faz exercício tem uma proteção adicional, além de diminuir o peso", frisou.

Outra dica prática é adotar meias de compressão. O acessório, comum no guarda-roupas de mulheres idosas, é fornecido hoje em várias cores, para atividades diversas e visto como grande aliado na prevenção de trombose. "Muita gente acha que essas meias são aquelas antigas que a vovó usou. Hoje em dia, temos várias opções modernas e muito úteis", enfatizou a médica.

 

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