A preocupação com a saúde vascular não pode ser limitada ao desconforto estético consequente das varizes. O problema também indica fortemente o risco de trombose, que pode vitimar pessoas de qualquer sexo ou faixa etária. No programa CB Saúde, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, a jornalista Carmen Souza e a cirurgiã vascular Carolina Melo conversam a respeito dos tipos de trombose e como prever seu aparecimento. Ter cuidado com tecnologias também é necessário para evitar o problema.
Os dois tipos de trombose são diferenciados pelo canal vascular que é afetado pela enfermidade. Carolina Melo explica que a trombose do tipo arterial é mais grave e acomete os vasos que partem do coração e levam o sangue até os pés. Níveis altos de colesterol e diabetes são grandes responsáveis pelo seu surgimento. Quanto à forma mais comum da doença, o tipo venoso é decorrente de características genéticas. Nesse caso, as veias que realizam a direção contrária desse trânsito sanguíneo são entupidas, o que provoca dores e inchaços.
“A mais grave é a arterial, com certeza. É a que leva à amputação e pode levar à morte”, explica a especialista. O perigo da doença pode ser exemplificado pela recente tragédia que acometeu a funkeira carioca Mc Kátia, que teve a perna amputada em decorrência de uma trombose, após passar por uma cirurgia para retirada do mioma. “No caso da MC, provavelmente ela teve alguma complicação durante a cirurgia e desenvolveu essa trombose arterial que levou a amputação”, explica.
Uso de hormônios
O uso indiscriminado de hormônios, como os famosos “chips da beleza”, tem intensificado o aparecimento da trombose por conter grande quantidade de estrogênio. Segundo Carolina, o chip é utilizado para melhorar a massa muscular e outros atributos físicos, “mas existem consequências, uma das consequências é a chamada trombose venosa que a gente tem visto cada vez mais no consultório”. Entre outros fatores de risco, estão a obesidade, o sedentarismo, cirurgias e viagens acima de 6 horas.
Da mesma forma, o estrogênio, o uso de anticoncepcional também pode causar trombose, apesar do risco ser menor caso a medicação seja usada há anos pelo paciente. No entanto, a testosterona também é um complicador, mesmo com as recentes restrições de uso. “Com a testosterona, às vezes é diagnosticada trombose nas duas pernas, o que não é muito comum. Então tem sim o seu risco associado”. Para evitar esses problemas, é indispensável orientação médica quanto aos riscos e benefícios, para que a necessidade de usar esses artifícios seja analisada.
*João Carlos Silva, estagiário sob supervisão de Suzano Almeida
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