VIOLÊNCIA CONTRA MULHER

DF registra três feminicídios por mês em 2023; Ceilândia lidera casos

A maioria dos assassinatos de mulheres são cometidos dentro de casa e com "arma branca". Segundo a Secretaria de Segurança Pública, 78% das vítimas eram mães

O número de casos de feminicídio consumados neste ano já é maior do que o número registrado em todo o ano de 2022 -  (crédito: pacifico)
O número de casos de feminicídio consumados neste ano já é maior do que o número registrado em todo o ano de 2022 - (crédito: pacifico)
Aline Gouveia
postado em 16/08/2023 09:20 / atualizado em 16/08/2023 10:38

O Distrito Federal registrou três feminicídios por mês neste ano. O 24º caso ocorreu na madrugada desta quarta-feira (16/8), em Ceilândia. A vítima é uma mulher de 39 anos, que foi assassinada com golpes de foice na cabeça, no rosto e no pescoço. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), mais da metade (58%) dos casos de feminicídio atingem mulheres com faixa etária entre 18 a 39 anos.

O painel de dados de feminicídio da capital aponta que 75,4% dos assassinatos de mulheres são cometidos dentro de casa e com "arma branca", como facas e tesouras. Entre o Plano Piloto e todas as Regiões Administrativas do DF, Ceilândia lidera os casos. A região contabiliza 23 feminicídios entre 2015 e 7 de agosto deste ano. Em seguida, aparece Samambaia, com 17 casos.

O número de feminicídios consumados neste ano já é maior do que o número registrado em todo o ano de 2022, quando ocorreram 17 crimes do tipo. Na semana passada, a policial civil Valderia da Silva Barbosa foi morta pelo ex-companheiro, no condomínio onde morava, em Arniqueiras. Valderia trabalhava na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam II), em Ceilândia. Ela estava separada do ex-marido e foi morta por ele na manhã d dia 11 de agosto. Leandro Peres Ferreira foi morto pela Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), na madrugada de segunda-feira (14/8), em Porangatu (GO), após troca de tiros. 

Maioria das vítimas eram mães

Ainda segundo os dados da Secretaria de Segurança Pública, 78% das vítimas de violência no Distrito Federal eram mães. Além disso, 67,7% não registraram ocorrência contra o autor e 65,7% sofreram agressão anterior ao feminicídio. Esses dados gerais destoam em parte das características do assassinato de Anariel Rosa Dias, nesta quarta. A vítima não tinha filhos com o suspeito e já tinha medida protetiva contra ele. O homem foi preso em flagrante e já tinha cinco passagens pela polícia, por conta de ocorrências na Lei Maria da Penha.

No início deste mês, outro caso chocou o DF: uma mulher de 34 anos foi morta com uma chave de fenda pelo ex-companheiro, no momento em que deixava o filho na escola. A vítima chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e levada a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião, mas não resistiu aos ferimentos. O autor do crime foi preso. A SSP aponta que cerca de 75,7% dos autores dos crimes são presos, sendo que a maioria deles (78,1%) tem antecedentes criminais.

Saiba como pedir ajuda

Veja abaixo como e onde pedir ajuda no Distrito Federal em caso de violência doméstica: 

- Ligue 190: Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Uma viatura é enviada imediatamente até o local. Serviço disponível 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

- Ligue 197: Polícia Civil do DF (PCDF).
E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
WhatsApp: (61) 98626-1197
Site: www.pcdf.df.gov.br/servicos/197/violencia-contra-mulher

- Ligue 180: Central de Atendimento à Mulher, canal da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes, além de reclamações, sugestões e elogios sobre o funcionamento dos serviços de atendimento. A denúncia pode ser feita de forma anônima, 24h por dia, todos os dias. Ligação gratuita.

- Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam): funcionamento 24 horas por dia, todos os dias.

Deam 1: previne, reprime e investiga os crimes praticados contra a mulher em todo o DF, à exceção de Ceilândia.
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul.
Telefones: 3207-6172 / 3207-6195 / 98362-5673
E-mail: deam_sa@pcdf.df.gov.br

Deam 2: previne, reprime e investiga crimes contra a mulher praticados em Ceilândia.
Endereço: St. M QNM 2, Ceilândia
Telefoes: 3207-7391 / 3207-7408 / 3207-7438

- Secretaria da Mulher do DF
Whatsapp: (61) 99415-0635

- Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Promotorias nas regiões administrativas do DF
www.mpdft.mp.br/portal/index.php/promotorias-de-justica-nas-cidades

Núcleo de Gênero
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: 3343-6086 e 3343-9625
E-mail:pro-mulher@mpdft.mp.br

- Defensoria Pública do DF
Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Endereço: Fórum José Júlio Leal Fagundes, Setor de Múltiplas Atividades Sul, Trecho 3, Lotes 4/6, BL 4 Telefones: (061) 3103-1926 / 3103-1928 / 3103-1765
WhatsApp (61) 999359-0032
E-mail: najmulher@defensoria.df.gov.br
www.defensoria.df.gov.br/nucleos-de-assistencia-juridica/

- Núcleos do Pró-Vítima

Ceilândia
End.: Shopping Popular de Ceilândia – Espaço na Hora
(61) 9 8314-0620 - Horário: 08:00 às 17:00
Guará
End.: Lúcio Costa QELC Alpendre dos Jovens – Lúcio Costa
(61) 9 8314-0619 - Horário 08:00 às 17:00

Paranoá
End.: Quadra 05, Conjunto 03, Área Especial D – Parque de Obras
(61) 9 8314-0622 - Horário: 08:00 às 17:00

Planaltina
End.: Fórum Desembargador Lúcio Batista Arantes, 1º Andar, Salas 111/114
(61) 9 8314-0611 /3103-2405 - Horário: 12:00 às 19:00

Recanto das Emas
End.: Estação da Cidadania – Céu das Artes, Quadra 113, Área Especial 01
61) 9 8314- 0613 - Horário:08:00 às 17:00

Rodoferroviária
End: Estação Rodoferroviária, Ala Norte, Sala 04 – Brasília/DF
(61) 98314-0626 / 2104-4288 / 4289

Itapõa
End.: Praça dos Direitos, Quadra 203 – Del Lago II(61) 9 8314-063208:00 às 17:00 (61) 9 8314-0632 - Horário:08:00 às 17:00

Taguatinga
End.: Administração Regional de Taguatinga – Espaço da Mulher – Praça do Relógio
(061) 98314-0631
Site: www.sejus.df.gov.br/pro-vitima/

Além disso, a Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS), implantou um novo número, o 125, para receber denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes no Distrito Federal. A ligação é gratuita e o serviço é realizado pela Coordenação do Sistema de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente – CISDECA.

Colaborou Francisco Artur*

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