Investigação

Justiça decide manter preso motorista que estuprou passageira no DF

Juiz analisou que manutenção da prisão também é para manter a ordem pública. Caso aconteceu na noite de domingo (13/8), em uma corrida de aplicativo

Caso aconteceu na noite de domingo (13), em uma corrida de aplicativo -  (crédito:  Cristiano Gomes/CB/D.A Press)
Caso aconteceu na noite de domingo (13), em uma corrida de aplicativo - (crédito: Cristiano Gomes/CB/D.A Press)
Pablo Giovanni
postado em 15/08/2023 17:27 / atualizado em 16/08/2023 15:40

Caio Henrique da Silva Braz, 25 anos, acusado de ter estuprado uma jovem de 18 anos dentro de um veículo de aplicativo em uma corrida de Águas Claras a Ceilândia, no domingo (13/8), ficará preso preventivamente. A decisão foi proferida pelo juiz do Núcleo de Audiências de Custódia do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), nesta terça-feira (15/8).

Na audiência de custódia, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu que a prisão fosse convertida em preventiva — ao contrário do que a defesa do suspeito solicitava. Ao analisar o caso, o juiz reforçou que a situação em que Caio foi preso, “torna certa a materialidade delitiva e indica também sua autoria”.

“Os fatos apresentam gravidade concreta, porquanto o custodiado, atuando como motorista de aplicativo e em quebra de confiança por quem contrata o serviço, teria se masturbado à vista da vítima dentro do carro e nela ejaculando, tirando-lhe a calcinha sem seu consentimento e tocando em seu corpo. O contexto do modus operandi demonstra especial periculosidade e ousadia ímpar, tornando necessária a constrição cautelar para garantia da ordem pública”, explicou o magistrado, ao decidir pela manutenção da prisão.

Com isso, o processo foi encaminhado para a Vara Criminal e do Tribunal do Júri do Guará, onde irá tramitar. O Correio tenta contato com a defesa do acusado.

O caso

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), no trajeto dentro do Uber, a vítima percebeu que o condutor do veículo estaria mudando a rota e questionou. O suspeito não respondeu e a levou para o Setor H Norte de Taguatinga. O caso ocorreu na noite de domingo (13/8).

No local, o homem teria segurado a jovem dentro do carro, tirado suas roupas íntimas, colocado a genitália para fora, se masturbado e ejaculado na vítima. O mesmo teria tentando penetração, mas não conseguiu.

Na ocasião, o sargento da PMDF, Lúcio Vieira, detalhou que a vítima ficou bastante abalada, desesperada e sem conseguir se expressar por conta do trauma. Caio foi encontrado pela corporação na EPTG, na altura do Guará, e foi levado para a 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul).

O que diz o aplicativo

Ao Correio, a Uber informou que desativou a conta do motorista assim que tomou conhecimento sobre o ocorrido. A empresa reiterou que está à disposição da polícia e da Justiça no curso das investigações.

“A Uber considera inaceitável qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. O motorista teve sua conta desativada da plataforma assim que a empresa tomou conhecimento do episódio e a empresa se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações.

A Uber defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.

Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito e mais recentemente a Uber lançou uma campanha educativa de combate ao assédio em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero, que será disponibilizado para a usuária.

Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.”

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