O Núcleo Judiciário da Mulher (NJM), o Laboratório de Inovação Aurora e a Assessoria de Comunicação Social (ACS) organizaram, na manhã desta segunda-feira (14/8), o evento Diálogos com a Imprensa, voltado para jornalistas, editores e assessores de comunicação.
A ação contou com a participação da juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Fabriziane Zapata e da diretora e editora-chefe do Instituto Patrícia Galvão Marisa Sanematsu.
O encontro, em vista do 17º aniversário da Lei Maria da Penha, faz parte da programação da Semana Justiça pela Paz em Casa e tem como objetivo a construção coletiva de diretrizes para cobertura midiática sobre situações de violência doméstica e familiar contra as mulheres. Trata-se do terceiro evento desse modelo com a imprensa, cujo papel, como foi destacado, vai além do de informar.
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No primeiro momento, Fabriziane Zapata apresentou dados e pesquisas acerca de temas como motivação do feminicídio, ciclo de violência, percentual de registro de ocorrência de violência doméstica praticada pelo mesmo autor e situação da medida protetiva no momento do crime.
Além disso, a juíza chamou a atenção para a importância dos programas de reeducação do agressor, frisando que a abordagem não deve se restringir à narrativa policial, mas abranger os encaminhamentos a serviços psicossociais de atenção à mulher e ao homem.
Marisa Sanematsu, que é jornalista, lembrou a responsabilidade social da imprensa, a qual não deve se limitar apenas a registrar os casos, mas também a cobrar os poderes, fiscalizá-los, denunciar situações em que Estado falha e promover debates com o público.
A diretora do Instituto Patrícia Galvão ainda recordou casos de feminicídio que ganharam repercussão nacional e mostrou com a mídia contribuiu negativamente para os seus desfechos. “Todo feminicídio poderia ter sido evitado se houvesse interferência anterior”, frisa. Daí a importância da imprensa apontar soluções, falar sobre direitos, divulgar campanhas e, sobretudo, contar a história das mulheres que sobrevivem.
Nesse contexto, o cuidado ao escrever chamadas e títulos deve ser redobrado, visto que “a depender do destaque dado, pode-se, mesmo que sutilmente, passar uma mensagem errada, desestimulando a vítima de violência doméstica a fazer uma denúncia, por exemplo”, aponta Fabriziane Zapata.
Na próxima semana, haverá a continuidade do evento, com a participação da promotora de justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
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