Investigação

Moraes libera acesso de major preso duas vezes a investigação sobre 8/1

Alencar é investigado no processo que trata sobre suposta omissão de agentes públicos. A decisão ocorreu um dia antes do depoimento dele a CPI do DF

Pablo Giovanni
postado em 04/08/2023 16:02 / atualizado em 05/08/2023 07:50
O major disse que talvez seja a mensagem mandada por ele a colgas falando em
O major disse que talvez seja a mensagem mandada por ele a colgas falando em "invasão ao Congresso" o motivo de estar preso há mais de 70 dias. Argumentou que o texto foi "uma brincadeira infeliz" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu acesso às investigações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro ao major Flavio Silvestre de Alencar, preso duas vezes pela Polícia Federal. O oficial é suspeito de ter facilitado a invasão ao prédio da Corte.

O inquérito que trata dos atos é o 4.923, e investiga suposta omissões de agentes públicos nos atos de 8 de janeiro. A decisão é de quarta-feira (2/8), mas só foi publicado na tarde desta sexta (4/8).

O oficial foi ouvido nesta quinta-feira (3/8) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa (CLDF). Aos distritais, Alencar chorou e explicou temas importantes, como a própria ordem de ter mandado recuo de PMs; a chefia do batalhão da Esplanada; e uma mensagem, de dezembro do ano passado, em um grupo de WhatsApp com outros PMs, dizendo que “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”.

Ele disse que enviou a mensagem em referência às notícias sobre possibilidade de extinção do Fundo Constitucional do DF (FCDF). "Mandei mesmo, foi uma mensagem infeliz. Porém, precisamos contextualizar os fatos. O grupo no qual fiz a postagem não era institucional, [e lá] conversávamos sobre assuntos aleatórios", argumentou.

O oficial acredita que talvez seja por esse motivo que ele está preso há mais de 70 dias.

Depoimento

Alencar chegou à CLDF acompanhado de PMs da Academia de Polícia, onde está preso preventivamente. Ao contrário de outros que já depuseram na CPI, o oficial foi "acolhido" por muitos militares que foram até o local manifestar apoio a ele. Aos distritais, disse que não compactua com qualquer tentativa de golpe, que está na corporação há 15 anos e tem uma "carreira exemplar".

Segundo relatou, foi escalado para comandar o batalhão da Esplanada às 18h do sábado (7/1), na véspera dos atos, e achava que o ex-comandante do 1o Comando de Policiamento Regional, coronel Marcelo Casimiro, assumiria as rédeas da operação no domingo. "A minha missão era fazer a distribuição de policiamento (...) Como eu era comandante da área, achava que o comandante da corporação queria que eu fizesse a distribuição dos policiais no terreno para assumir depois a manifestação", afirmou.

"Imaginava que eu poderia estar ali no dia 8, mas me chamou a atenção ter sido escalado verbalmente. Não foi uma ordem ilegal, mas oficialmente não há escala nem nada que diga que eu tinha que fazer essa missão pela PM", completou, sobre a ausência de despachos para determiná-lo.

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