Denúncia

Denúncia de assédio sexual contra Daniel Donizet é levada ao MPDFT

Suposta vítima relatou ao MPDFT que distrital a teria assediado quando trabalhava na Administração do Gama. Deputado nega: "Nunca escutei nada nesse sentido"

Suzano Almeida
postado em 03/08/2023 03:55
Distrital afirma que não teve conhecimento das denúncias contra ele -  (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
Distrital afirma que não teve conhecimento das denúncias contra ele - (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recebeu, em 19 de julho, novas denúncias de supostos atos de assédio sexual do deputado distrital Daniel Donizet (PL) cometidos contra assessoras que trabalharam na Administração Regional do Gama e em seu gabinete na Câmara Legislativa (CLDF). Ao menos uma possível vítima esteve no MPDFT e relatou que o parlamentar tocou seu cabelo e seu corpo, durante uma festa, a chamando de "gostosa". As investigações seguem em sigilo.

Segundo a denúncia apresentada, a suposta vítima conheceu Daniel Donizet em 2021, apresentada por um amigo em comum. Logo, ela foi nomeada para um cargo na Administração do Gama. Em junho de 2022, se encontraram em uma festa. A suposta vítima afirmou que não bebe, mas que o distrital estaria muito alcoolizado. Em estado de embriaguez, ele teria passado a mão em seu cabelo, pego em sua cintura e falado ao seu ouvido: "Ali (no salão de festas) é igual a BBB (Big Brother Brasil), todas passam na minha mão" (sic), e fez gestos sinalizando que todas as apoiadoras estavam inseridas no contexto.

A mulher relatou ao MPDFT que o deputado dizia olhar o Instagram de todas as servidoras, enquanto continuava a passar a mão em seu corpo e a chamava de "gostosa". Constrangida, ela disse para a sua mãe que Daniel Donizet se comportava como um "animal no cio" e que estava com nojo dele. A suposta vítima disse que o deputado fazia o mesmo com outras assessoras comissionadas. Ela relata, ainda, que dias após esse encontro, teria recebido convite do distrital, por uma rede social, para sair. A suposta vítima informou que tentou negar sem dizer "não", por medo de ser exonerada do cargo.

A funcionária contou que ela e outra servidora da CLDF teriam ido almoçar com o deputado e um assessor, em um bar, no Gama, e, em seguida, foram convidadas para ir ao motel com eles, o que foi negado por elas. 

Exonerada

Segundo a depoente, em setembro de 2022 ela foi à Câmara Legislativa para relatar os problemas ao chefe de gabinete de Daniel Donizet — o fez apenas oralmente. O deputado teria deixado de segui-la nas redes sociais e dois meses depois ela diz ter sido exonerada do cargo na administração.

Ontem, a reportagem conversou com o deputado Daniel Donizet. O parlamentar negou todas as acusações de ter assediado ou passado a mão no corpo da assessora. O distrital disse ainda que não foi notificado pelo MPDFT a prestar esclarecimentos e que, seus advogados não teriam tido acesso a nenhuma investigação. "Pelo que soube, existe uma suposta denúncia, mas posso te adiantar que nada disso existiu. Estou no meu quinto ano de mandato e nunca escutei nada nesse sentido", afirma. O  MPDFT informou ao Correio que a investigação foi transferida para a promotoria do Gama, mas que corre em sigilo.

 


Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação